Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1240

estão alguns elementos linguísticos dotados de significação e articulados com o
propósito de propiciar determinadas orientações argumentativas, tendo-se como
objetivo convencer e persuadir o interlocutor. E que, portanto, possui estratégias-
palavras ou expressões- que são empregadas, intencionalmente pelo locutor, a fim de
obter êxito no seu propósito.
Assim, para confecção da nossa análise, nos basearemos em alguns mecanismos
argumentativos, que, segundo Koch (2000), podem ser chamados de marcas linguísticas
da enunciação ou da argumentação, ou ainda, modalizadores, já que determinam o
modo como aquilo que se diz é dito
.
As palavras que funcionam como operadores argumentativos são os conectivos, os
advérbios e outras palavras que não se enquadram em nenhuma das dez categorias
gramaticais, dependendo do contexto. Estes mecanismos são representados em parte, de
acordo com a autora, pelos operadores argumentativos
,
termo este cunhado por Ducrot,
“criador da Semântica Argumentativa (ou Semântica da Enunciação), para designar
certos elementos da gramática de uma língua que tem por função indicar (“mostrar”) a
força argumentativa dos enunciados, a direção (sentido) para o qual apontam”. (KOCH,
2000, p.30).
Como forma de explicar o funcionamento da força argumentativa nos textos,
“Ducrot utiliza duas noções básicas: as de
escala argumentativa e classe
argumentativa
” (op. cit. p. 30). Para ele, uma classe argumentativa é constituída de um
conjunto de enunciados que podem igualmente servir de argumento para uma mesma
conclusão.
Por outro lado, quando dois ou mais enunciados de uma classe apresentam-se em
gradação de força crescente no sentido de uma mesma conclusão, tem-se segundo
Ducrot (apud. KOCH, 2000) uma
escala argumentativa
. Além desses autores, vários
outros se dedicaram ao estudo da argumentação e os mecanismos que a permeiam. Entre
esses, podemos citar Platão e Fiorin (1991) e sua afirmação de que todo texto tem por
trás de si um produtor que pretende persuadir um leitor, ou leitores, usando para isso
vários recursos tanto de natureza lógica, quanto de natureza linguística. Tais recursos
são chamados, segundo eles, de procedimentos argumentativos.
Seguindo o mesmo raciocínio, Breton (1999, p. 7) afirma que
a argumentação pertence a família das ações humanas que tem por objetivo convencer.
(...) Os meios utilizados para convencer são extremamente variados. Eles colocam em
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