OPERADORES ARGUMENTATIVOS: PEQUENAS PALAVRAS, AMPLOS
SENTIDOS
Rosiney Aparecida Lopes do VALE
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Resumo:
Neste artigo, propomo-nos a fazer uma apreciação sobre alguns mecanismos de
textualidade e uma breve análise de alguns elementos lingüísticos, operadores
argumentativos em um capítulo do livro
A língua de Eulália, novela sociolinguística
, de
Marcos Bagno (
Quem ri do quê?).
Partindo da concepção da linguagem como lugar de
ação e ancorados no fato de que, conforme afirma Breton (1999), “argumentar é
raciocinar, propor uma opinião aos outros dando-lhes boas razões para aderir a ela”, e
de que os argumentos vem explicitados por palavras, que são escolhidas de modo a
alcançar os objetivos pretendidos, pretendemos mostrar que esses elementos
argumentativos, essas pequenas palavras que, numa visão ingênua da língua, são de
menor importância, na verdade, acabam por ditar as nuanças do texto na construção dos
sentidos.
Palavras–chave:
linguagem, textualidade, argumentação, operadores argumentativos,
preconceito lingüístico.
Introdução
Falar de linguagem humana implica, sem dúvida, falar de efeitos de sentido que
se estabelecem nas relações entre o homem e os seus semelhantes e o mundo que o
cerca, pois a linguagem funciona como orientadora dessas relações, uma vez que é por
meio dessa forma socialmente adquirida que ele estrutura a realidade em que vive,
interpretando-a e transformando-a em assunto de suas variadas e distintas possibilidades
de expressão verbal.
Geraldi (2003, p.84) afirma que “ao tratarmos da linguagem e dos fenômenos da
linguagem, estamos lidando com o que nos é mais íntimo, porque é ela o lugar de nossa
própria constituição, e com ela nos ‘revestimos’ como homens; sendo, pois, a
linguagem a vestimenta do que somos”.
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Professora Assistente da Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP, Campus Jacarezinho-PR,