envolveria ver a palavra e considerá-la de acordo com informações conhecidas. Para
decifrar as letras escritas no livro, o leitor precisa mais do que a alfabetização: é
necessário que o leitor faça uma ligação do que está escrito com suas próprias
experiências de vida. Desta maneira, para decifrar a linguagem ele fará uma ligação
com o mundo que conhece e ao qual pertence.
Ainda sobre o entendimento da leitura, Boff (2002) acredita ser importante
situar o leitor sobre o contexto no qual uma história foi criada, para que este possa ter
melhor compreensão das intenções e ideias do autor ao escrevê-la. Com isto, podemos
dizer que, saber o que tem por trás da história escrita aproxima o leitor da obra
intencional do autor, que, antes de ter sua obra lida, tem um pedaço da sua história de
vida compartilhada com o leitor. Porém, este mesmo autor nos fala que, mesmo situados
no contexto histórico, cada leitor se tornará co-autor da história lida, pois a
compreensão e a interpretação da história irão variar de acordo com a percepção de cada
um, levando também em consideração tudo que este já viveu. Boff (2002, p.9) afirma
que “para saber como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua
visão de mundo”. Para ele, o leitor será sempre um co-autor, pois ao ler também estará
interpretando as palavras do autor e, assim, acrescentando à história novos significados
que advém de sua própria forma de ver e estar no mundo. O que nos faz pensar que sua
percepção frente à história do autor será sempre única e pessoal. Passará a ser a história
lida por ele, um diálogo entre autor e leitor, e não somente uma história escrita pelo
autor.
A construção de sentidos e a concepção psicanalítica
“Pois todo desejo de ler, como todos os outros desejos, que distraem nossas
almas infelizes, é capaz de análise.”
(WOOLF apud MANGUEL, 1997)
Jobim e Souza (2008) nos atenta sobre a função da linguagem, que é a de
tornar possível a comunicação entre as pessoas. Segundo ela, ao expressarmos uma