Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1196

sujeito entra em conjunção com o objeto desejado. Na sanção, constata-se a
performance e revela-nos a máscara dos sujeitos, suas intenções não-moralizantes. Fica
a crítica à sociedade e ao ser humano frente aos desejos, à realização da paixão a
qualquer preço.
Semiótica sincrética em uma sequência fílmica
Conforme Carriére (2006), o cinema criou uma nova linguagem para contar as
inúmeras narrativas do mundo. Na relação entre uma cena e outra se criou um
vocabulário, uma gramática de incrível variedade. Os processos narrativos, as
comparações, as impressões elaboradas pelas associações de imagens foram, desde o
começo do cinema, recebidos apaixonadamente pelos espectadores. Essa linguagem
falava para todos e estava ao alcance de todo mundo. Uma linguagem universal. É uma
arte em movimento e não há nada que o cinema não possa revelar. São olhares, sons,
movimentos, sedução, diversão, amores, segredos.... Faz parte do nosso imaginário, do
nosso pensar, sentir e agir. O cinema ama o silêncio, mas também pode amar a
ambigüidade, a emoção indefinida e aprendemos com ele coisas que não são explícitas,
nem identificáveis, nem definíveis. É absolutamente incrível a arte de contar histórias
por meio de imagens.
Segundo D’Ávila (2006), no cinema, a organização narrativa subjacente à
forma dialogada, coloca-nos diante de uma semiótica em que vários significantes
concorrem à produção de um só significado, quando verificada no âmbito do semi-
simbolismo - objeto de nossa análise -, numa atuação hegemônica do caráter verbal. Na
sequência que vamos analisar há a articulação das linguagens verbal, visual e sonora,
atribuindo ao texto um sentido e formando uma base comum sobre a qual se assenta a
significação.
Um cineasta lida com diferentes materiais de expressão e de conteúdo para a
composição da cena fílmica. Conforme D’Ávila (1998, 2007b),
(...) são
imagens estáticas e viso-dinâmicas, agregadas sob luminância e organizadas
ou orientadas numa linguagem rítmica verbo-viso-sonora intonativo - entonativa, com
luzes, sons ruídos, texturas, cores, planos e espaços cognitivos - entre outros elementos
da significação -, posicionados sob dependência do caráter proxêmico. Aos sistemas
visual e sonoro que codificarão a substância semântica manifestada, e sua respectiva
Forma, 2007b, p.40) empregamos as siglas ALOP1, designativa de: agregação-
luminância-organização-proxêmica, e ALOP2, de: agregação-luminância-orientação-
1...,1186,1187,1188,1189,1190,1191,1192,1193,1194,1195 1197,1198,1199,1200,1201,1202,1203,1204,1205,1206,...1290
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