Temos um narrador dos versos 28 a 32 que interrompe a narrativa para dar um
parecer externo à situação. Aqui há marcas importantes como a admiração dos outros à
mancada que a Terezinha deu
, a seu desaparecimento, por ter ficado sem o sujeito e por
não ter esperança da volta quando o fato veio à tona.
O sujeito decide não dar chance à Terezinha. Dos versos 33 a 36 parece
evidente que Terezinha, num outro momento, não tenha sido flexível a um ato errôneo
do sujeito. Portanto, este é o motivo da sua decisão:
Mas que malandro sou eu/Pra ficar
dando colher de chá/Se eu não tiver colher?/Vou deitar e rolar.
Após serem repetidas
várias estrofes, chega-se a momento de explicar o sofrimento pelo qual passa Terezinha:
o mal que ela fez ao sujeito, alguém fará a ela um dia, ou seja, a mandinga de quem
mandingar
volta ao mandingueiro.
As escolhas feitas pelo enunciador contribuem de forma relevante para a
significação do texto. A predominância de advérbios de negação como
não, nem, nunca,
nada
que expressam uma aversão à presença de Terezinha e outros léxicos como
sem,
cadê
que exprimem as muitas perdas da destinatária. Já a presença marcante de termos e
expressões populares como
não dá mais pé,
quem levantou pra sair perde o lugar, vai
ser fogo me aturar, quem cai na chuva só tem que se molhar, quem te viu e quem te vê,
vou deitar e rolar
e
o vento que venta aqui é o mesmo que venta lá
presentes no
discurso do sujeito-narrador traçam seu perfil como sendo uma pessoa com opiniões e
ideias imutáveis, não sendo flexível em seu comportamento, independente do fato
ocorrido.
Os temas no texto são revestidos pelas figuras. Elas aparecem por meio de
ditados ou expressões populares compondo-se como um todo dentro dos versos:
FIGURAS
TEMAS
1 ao 6 verso: Não venha querer se consolar/Que
agora não dá mais pé/Nem nunca mais vai
dar/Também, quem mandou se levantar? /Quem
levantou pra sair/Perde o lugar
Domínio;
Soberba;
7 ao 9: E agora, cadê teu novo amor?/Cadê, que ele
nunca funcionou?/Cadê, que ele nada resolveu?
Provocação;
10 ao 13: Quaquaraquaquá, quem riu?/
Quaquaraquaquá, fui eu
Zombaria;
14: Ainda sou mais eu
Soberba;
15 ao 21: Você já entrou na de voltar/Agora fica na
tua /Que é melhor ficar/Porque vai ser fogo me
aturar/Quem cai na chuva/Só tem que se molhar
Opressão;
Domínio;
21 ao 23: E agora cadê, cadê você?/Cadê que eu
não vejo mais, cadê?/ Pois é, quem te viu e quem te
vê
Escárnio;
Humilhação;