Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 866

Para isso, serão retomados os pressupostos teóricos da teoria da Referenciação –
nos conceitos de língua(gem) e de construção referencial – e as considerações a respeito
dos nomes próprios nessa perspectiva para, na sequência, demonstrar, por meio dos
exemplos selecionados, a possível função (re)categorizadora de referentes desse recurso
linguístico.
Vale ressaltar que este texto é fruto de uma pesquisa ainda preliminar sobre
referenciação e nomes próprios que pretende se aprofundar nas particularidades dos usos de
nomes próprios com função (re)categorizadora.
Fundamentação teórica
A relação entre linguagem e mundo tem sido estudada, há muito tempo, por
diversas áreas de estudo – tais como a Filosofia, Semiótica, Análise do Discurso,
Sociologia –, cada qual observando o objeto de pesquisa a partir de uma perspectiva
diferente.
No caso desse artigo, tem-se também como foco tal questão, no entanto considera-
se a perspectiva de referência – e, consequentemente, de referente – a partir da concepção
da Linguística Textual de linha sócio-cognitivo-interacionista, diferenciando-se da
concepção tradicional de referência, na qual esta – a referência – tem sido considerada
como um reflexo do mundo extralinguístico, ou seja, as formas linguísticas são utilizadas
para designar os elementos do “mundo real”, numa relação de espelhamento entre
linguagem e mundo.
Abandonando-se a ideia tradicional de correspondência direta entre a linguagem e
o mundo real, a Linguística Textual de linha sócio-cognitivo-interacionista adota uma visão
de linguagem como integração
entre a estrutura linguística e a ideia apresentada por
Blikstein (1983) e denominada de “fabricação da realidade” a partir da práxis, em que o
referente é tido como a realidade interpretada e transformada em referência, a partir da
prática social, mantendo a linguagem, desse modo, relação com o social e o culturalmente
construído. Além disso, mais do que considerar a estrutura e a prática social como
constituintes linguísticos, acredita-se que essas práticas sócio-cognitivas, realizadas no
1...,856,857,858,859,860,861,862,863,864,865 867,868,869,870,871,872,873,874,875,876,...1290
Powered by FlippingBook