1. Mestrando do Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem da UEL – Universidade
Estadual de Londrina (Bolsista da Fundação Araucária),
de um discurso heterogêneo. Como porta voz do discurso da juventude da época,
Mafalda converge em suas inquietações diferentes perspectivas discursivas que formam
um todo caracterizado por uma formação ideológica exclusivamente rebelada à ordem
vigente.
Nos contextos da hora de jantar sopa, ela utiliza variados recursos para
manifestar seu horror tanto à sopa (no texto) como a ordem mundial (no extra-texto). Os
recursos estilísticos, por ela, utilizados variam consideravelmente no âmbito da inserção
dos discursos dos outros em sua própria enunciação, já que, como constatado nas
análises, há constante cruzamento de interdiscursos. Mafalda, ora pretende defender os
subordinados enfrentando o sistema dominador (tirinha I), ora adota a perspectiva de
países dominadores inflexíveis sobre sua ideologia (tirinha II) e, ora ela mesma se
projeta como força ativa a favor de seus interesses pessoais (tirinha III).
Assim, ao constituir sua própria formação discursiva, ela integra na sua
enunciação as vozes do outro, caracterizado por formações discursivas divergentes,
muitas vezes opostas.
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