Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 431

1. Mestrando do Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem da UEL – Universidade 
Estadual de Londrina (Bolsista da Fundação Araucária),
 
APRESENTAÇÃO: Conhecendo o terreno
Mafalda, personagem dos anos 60, foi escrita e desenhada pelo cartunista
Joaquín Salvador Lavado, o Quino, argentino de Mendoza, nascido em 1932. As
histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a humanidade e a paz
mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973,
usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa. Ela foi, muitas
vezes, comparada ao personagem Charlie Brown, de Charles Schulz, principalmente por
Umberto Eco em 1968.
A personagem, cujo nome foi inspirado pela novela
Dar la cara,
de David
Viñas, e alguns outros, foi criada em 1962 para um cartoon de propaganda que deveria
ser publicado no diário
Clarín.
No entanto,
Clarín
rompeu o contrato e a campanha foi
cancelada.
Mafalda
somente se tornou um cartoon de verdade sob a sugestão de Julián
Delgado, na época o editor-chefe do hebdomadário
Primera Plana
e amigo de Quino.
Foi publicado no jornal de 29 de Setembro de 1964, apresentando somente as
personagens de Mafalda e seus pais, e acrescentando Filipe em Janeiro de 1965. Uma
disputa triunfante surgiu em Março de 1965 e, assim a publicação acabou em 9 de
Março de 1965.
Ela começa sua trajetória com seis anos de idade, com características que vão
bem além da sua faixa etária. Mafalda, garotinha engajada, mas não partidária, declara
ter ódio às injustiças, à guerra, ao racismo, às armas nucleares, às convenções que ela
julga ser absurda dos adultos, filosofa sobre as questões do seu tempo, a situação
mundial, é contestadora e questionadora. Não gosta de sopa e, segundo Quino, a sopa
para Mafalda representa: “As ditaduras, que sempre temos que engolir”.
As tiras, além de ter humor, foram criadas pelo autor para que os leitores
pudessem fazer muito mais do que apenas rir. Ele fez seu público pensar, refletir e, por
vezes, se indignar. Elas fazem críticas que vão muito além do momento histórico que a
Argentina vivia. São indagações que alcançam pessoas do mundo inteiro, por se tratar
de temas universais, sendo onde que se repousa a grande qualidade da obra.
Desde então, Quino ainda desenhou Mafalda algumas poucas vezes,
principalmente para promover campanhas sobre os Direitos Humanos. Por exemplo, em
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