Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 30

Ribas no Paraná. “Na comunidade TI Ivaí vivem hoje cerca de 300 famílias Kaingang,
em um total aproximado de 1.400 pessoas” (MOTA; NOVAK, 2008, p. 7).
O contato dos Kaingang com a sociedade envolvente garantiu a presença
daquela comunidade na região do vale do Ivaí, no entanto, passaram por uma
readequação de seus modos de vida tradicionais para as novas situações, o tempo antigo
(wâxi) passou a ser o tempo atual (uri), o que alterou profundamente sua dimensão
sócio-cultural. Uma das alterações que é relevante considerar, neste trabalho, é a da
forma de (re)distribuição espacial das famílias Kaingang em seu parco território, as
quais vivem hoje concentradas na sede da comunidade. Esta (re)distribuição ocorreu
devido à inserção, na sede da TI Ivaí, de instituições que visava dar mais conforto aos
membros da comunidade: escola, posto de saúde, comércio, dispositivos de água
encanada e de energia elétrica. “No entanto se, de um lado, a população indígena ficou
perto dos recursos sociais, por outro, houve uma intensa e crescente degradação
ambiental pela grande concentração das famílias em uma só aldeia” (MOTA; NOVAK,
2008, pp. 10-11).
Tendo em vista a redução deste território Indígena, o contato com a comunidade
urbana e suas instituições sociais e a consequente mudança de hábito entre os Kaingang
da TI Ivaí, programas e projetos, que têm por objetivo cooperar com a redução dos
problemas ambientais, ganharam relevância. Tais projetos versam sobre “Gestão
territorial e ambiental: mapeamento, proteção, vigilância, sustentabilidade” (ISA).
Dentre esses projetos, destaca-se o projeto
Implantação do plano de gestão
ambiental na Terra Indígena Ivaí (
doravante
Implantação)
(2005/2008), vinculado ao
Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-História da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), que foi desenvolvido em parceria com a prefeitura de Manoel Ribas no
Paraná (PR), com apoio dos chefes da Comunidade Indígena Ivaí e com o fomento do
Fundo nacional do meio ambiente (FNMA). A proposição deste projeto se deu em
decorrência da finalização do projeto
Gestão ambiental na terra Indígena Ivaí
(2001/2003), cujo diagnóstico deu provas de problemas ambientais no entorno desta TI.
As pesquisas junto a Terra Indígena e os exames laboratoriais no
campus
da
UEM diagnosticaram entre outras coisas a deficiência de nutrientes no solo; problemas
bacteriológicos em fontes d’água que abastecem a comunidade – rios e minas -;
poluição causada por lixo tipicamente urbano e, ainda, degradação da fauna e da flora.
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