Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1194

inicial e um estado final. No fragmento em análise há essa transformação no estado dos
sujeitos.
Segundo D’Ávila “Os sujeitos são investidos de funções predicativas que
definem o seu fazer (transformação) por meio de modalidades do /Saber/ Poder/ Querer/
Dever/
Fazer, nisso implicando o Ser do sujeito narrativo = (S U OV) ou (S ∩ OV)
em situação de estado (ser/ estar/ permanecer/ ficar)” (2003, p. 03).
Vejamos abaixo as transformações dos sujeitos do texto:
1. Estado de conjunção e de disjunção dos actantes sujeitos:
a) Estado inicial (enunciados de estado: relações de junção)
Luísa, S
1:
Conjunção: amor pelo marido e paixão pelo primo
Disjunção: solidão, “vida estúpida”, recordações do marido
Basílio, S
2:
Conjunção: desejo
Disjunção: chegada da empregada, Juliana
Juliana, S
3:
Conjunção: desconfiança: sala desarrumada, travessa de tartaruga caída ao
pé do divã
Disjunção: ainda nenhuma prova concreta da traição de Luísa
b) Estado final (enunciado de fazer: transformações)
Luísa, S
1:
Conjunção: traição concretizada, desejo consumado
Basílio, S
2:
Conjunção: desejo consumado
Juliana, S
3:
Conjunção: desconfiança da traição
Analisemos as relações e as transformações dos sujeitos: No percurso narrativo
de S
1
, há transformação de estado. No início, S
1
encontra-se em estado conjuntivo com
o amor pelo marido, e a paixão pelo primo, S
2
. Luísa encontra-se com a amiga
Leopoldina, ouve suas histórias picantes, embriaga-se e fica na expectativa da chegada
de Basílio. Porém, antes da performance, ela fica só, triste, pensando em sua vida
“estúpida”.
Para que as intenções de Luísa sejam alcançadas, ela se encontra diante das
modalidades virtualizantes do /querer-fazer/ e do /dever-fazer/, manipulada por ouvir as
histórias da amiga, por beber
champagne,
e por estar sozinha com pensamentos de
desejo que a transformarão em sujeito do /poder-fazer/ e do /saber-fazer, modalidades
atualizantes adquiridas na competência, com o intuito de realizar um programa narrativo
de performance, ou seja, precipitando-se nos braços do primo. Sequência 2.
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