Em função dessas particularidades, aprender a abordar significativamente o
visual de um texto qualquer em sua materialidade aparentemente apenas significante, é
ver que essa camada do discurso também é carregada de significado “e alicerça o
substrato semântico na edificação das pré-condições de existência do sentido, assim
como na articulação do sentido em si mesmo” (D’Ávila, 2003-Congresso de
Araraquara).
Seguindo esta linha de raciocínio, o pesquisador norte-americano e arte-
educador, Elliot Eisner (2001, p. 70 a 91) assegura que o processo de ensino-
aprendizagem torna-se mais significativo e abrangente quando os textos visuais fazem
parte de uma prática pedagógica constante em sala de aula.
Apontada como facilitadora desse processo, a semiótica greimasiana, formadora
da Escola de Paris, colaborando com pesquisas no âmbito da linguagem não-verbal,
ocasionou o nascimento de uma teoria, cuja eficiência, na atualidade, proporciona novas
possibilidades estratégicas de leitura, compreensão e entendimento de textos visuais,
favorecendo a ‘leitura’ do visual em auxílio ao que hoje denominamos, em educação, de
‘aprendizagem de multiletramento’.
Diante desta ótica mostraremos à aplicabilidade da semiótica da figuratividade
visual, na esteira das teorias da significação, explora o sentido que atravessa o texto,
procurando descrever, analisar e explicar sua estrutura interna, elucidando os percursos
que o sentido desenvolve em relação a níveis de estruturação, para desvendar
mecanismos e conexões nas informações implícitas ao longo do texto
,
sendo possível
atestar que esta favorece uma aprendizagem significativa e abrangente, na identidade do
que nos propõe Elliot Eisner.
Letramento é um vocábulo (termo novo, que ainda, não consta em nenhum
dicionário). No Brasil, foi usado pela primeira em 1986, pela pesquisadora Mary Kato,
em sua obra “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística” (apud SOARES
Magda, 2003, p. 15). Ela explica que o termo passa a existir para atender a uma
necessidade diante de uma nova realidade social, quando não basta apenas saber ler e
escrever, e sim, gostar de ler e de escrever, sabendo por em prática estes aprendizados.
Nesse sentido, entendemos por letramento estético e visual uma prática de cunho
social que favorece o leitor a buscar o sentido contido no interior do texto visual.
Para D’Ávila (2006, aula de mestrado), o letramento visual favorece: