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o resultado da greve para o
segmento docente
categorias, e isso ficou
bem claro nessa greve.
Quanto mais pessoas
aderiremaomovimen-
to, quanto mais forte,
mais coeso e organiza-
doele for, tantomaiores
serãoaschancesdecon-
seguirmos alguma coi-
sa.Lembroquealgumas
manifestações, comoas
ocorridas diante do Pa-
lácio dos Bandeirantes
edoCRUESPtiverama
presençademilharesde
pessoas e, obviamente,
os estudantes tiveram
enorme participação
nisso”.
A Força dos Três
Segmentos
“Estamos todos no
mesmo barco, apesar
de nem todos estarem
do mesmo lado, infe-
lizmente. Considero
que essa greve teve um
ganho político, que foi
o de reunir as três ca-
tegorias em torno de
um problema comum,
a crise da Universida-
de. Isso parece óbvio,
mas nem sempre per-
cebemos que não há
antagonismo entre as
categorias, pois, no ano
passado, os estudantes
tiveramgrandes perdas
como corte de bolsas e,
por não considerarem
um ataque à universi-
dade pública, alguns
não apoiaram o movi-
mentoestudantil.Neste
ano, o ataque chegou à
categoria dos assalaria-
dos e isso foi percebi-
do como um procedi-
mento perverso, posto
que, ao atribuir à folha
de pagamento o moti-
vo da crise, os reitores
tentaram eximir-se de
suas responsabilidades
como gestores públi-
cos, e nós, assalariados,
fomos considerados
algozes da Instituição.
Na página da UNESP
lemos a seguinte notí-
cia: “AUNESPfoi auni-
versidadebrasileiraque
mais ganhoupontos no
ranking
da publicação
britânica
Quacquarelli
Symonds
(QS), uma
das principais listas de
universidades domun-
do, subindo70posições
nosquesitosreputaçãoe
proporção de professor
para estudante”. Essa
notícia soa irônica, no-
tadamente no critério
de proporção de pro-
fessor para estudante,
pois entendemos que
uma instituiçãouniver-
sitáriaque pretende ser
modelo e quer subir no
ranking
internacional
não pode prescindir de
funcionários e profes-
sores, mas é exatamen-
te isso que vem acon-
tecendo na UNESP e
em suas congêneres,
basta olhar o banner
que a Adunesp fez e
afixou logo na entrada
do Câmpus para cons-
tatar que o número de
docentese funcionários
contratados não acom-
panhou o crescimento
de cursos e alunos e
isso explica porque os
docentes têm cada vez
menosfinaisdesemana
para descansar”.
Trabalho e Greve
“Nãoconsideroquea
greveafasteosprofesso-
resdeseuofício, porque
uma das nossas tarefas
é defender a educação
e a universidade públi-
cas. Nosso trabalho vai
além da sala de aula,
da pesquisa e da gestão
universitária, ele incide
também sobre a defesa
deumaeducaçãoeuma
universidade pública,
algo conquistado de
formaárdua.Onúmero
de jovensuniversitários
hoje é maior do que na
década de 70 e espera-
mos que isso continue
assim, mas para tanto
precisamos continuar
defendendo nossos di-
reitos e de uma univer-
sidade modelo. Como
disse anteriormente,
lutar implica aceitar
algum tipo de ônus e o
nossoéocalendárioes-
colar adiado, que atrasa
a formatura, poster-
ga férias docentes. Por
tudo isso, sabemos que
a reposição de aulas
deve ser respeitada e
muito bem feita, caso
contrário, se não fizer-
mos nossa “lição de
casa”, se não lutarmos
pelaUniversidadeepela
qualidade de ensino,
procederemos incoe-
rentemente”, finaliza a
professoraCarlaCaval-
canti e Silva.
GREV
Foto: João Luis Francisco
A Avenida Paulista, em São Paulo, parou com a manifestação das três categorias
Nosso
Câmpus
outubro 2014