que a humanidade ainda não conseguiu encontrar uma solução – saber respeitar as
diferenças.
A partir da leitura da obra literária
O Presidente negro ou o choque das
raças
(1926), outros textos de diversos gêneros discursivos jornalísticos foram também
analisados. Depois da leitura, análise e estudo dos aspectos sócio-históricos da situação
enunciativa, privilegiou-se, sobretudo, a vontade enunciativa do locutor – isto é, de
acordo com Rojo,
a sua finalidade, mas também e principalmente sua “apreciação valorativa
sobre seu(s) interlocutor(es) e tema(s) discursivos – e, a partir desta análise,
[buscaram] as marcas lingüísticas (formas do texto/enunciado e da língua –
composição e estilo) que refletem, no enunciado/texto, esses aspectos da
situação. (2005, p. 199).
As pessoas, na convivência social, quando produzem discursos, levam em
conta, mesmo que inconscientemente, a situação em que estão e a situação em que o
texto será recebido. Levam em conta para quem, quando, sobre o que, com que objetivo
falam ou escrevem. Com base nas condições definidas pelo contexto em que se dá o
processo de interação verbal, o produtor escolhe o gênero que considera mais adequado.
Portanto, primeiramente, os alunos leram o livro
O Presidente negro ou
o choque das raças
(1926), de Monteiro Lobato. Durante a leitura da obra,
concomitantemente, foram lidos textos da esfera jornalística que tratavam de temas
relacionados ao racismo, como notícia, reportagem, artigo opinativo. Ao trabalhar com
cada gênero discursivo da esfera jornalística, procurou-se desenvolver atividades para
que os alunos percebessem as características peculiares de cada um. Por exemplo,
analisou-se a sua construção composicional, a estrutura do texto, o arranjo interno, o
conteúdo temático, o que diziam e como diziam, enfim, o estilo do produtor do texto, os
recursos lingüístico-expressivos do gênero e as marcas enunciativas empregadas pelo
autor.
Ao estudar os gêneros discursivos da esfera jornalística, verificou-se que o
objetivo principal é informar e a qualidade preponderante da linguagem jornalística é a
simplicidade. Dessa forma, os textos devem ser escritos empregando uma linguagem em
que a simplicidade se destaque, com objetivo informativo, direto e claro.
Ao estudar a notícia de cunho noticioso, verificou-se que ela é estruturada
de forma em que no primeiro parágrafo tenha o lide, com os seis elementos sintetizados:
