Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 46

A identidade familiar esta em constante (re)construção. Será que buscamos uma
nova definição para família? Definição, sempre nos parece necessário definir as coisas,
mas quando definimos limitamos, e certamente não nos interessa limitar a família ou
ainda, o enunciado família, principalmente por vivermos neste mundo onde as
mudanças e transformações, parecem ter se tornado a regra; não existe estabilidade. As
conquistas pessoais de hoje desaparecem num piscar de olhos, os ativos se transformam
em passivos, as capacidades em incapacidades.
A velocidade com que as coisas mudam ou são descartadas, se tornou mais
importante. Vivemos no mundo do ultrapassado, onde tudo precisa ser recriado a todo
instante e o maior temor é o de ficar estacionado, sendo deixado para traz, atropelado
pelo turbilhão dos acontecimentos. A família também foi “atropelada” teve diversas
fraturas e ferimentos, mas adaptou-se. E assim como a vida ficou liquida
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, as famílias
também o ficaram, moldando-se as situações e aos acontecimentos (BAUMAN 2005).
Vivemos uma era tecnológica e com essas novas tecnologias, as
informações são acessadas a uma velocidade incrível, e isto interfere na forma como
pensamos e entendemos o mundo e a sociedade, precisamos estar sempre atentos as
mudanças e as informações, como regra, devemos saber um pouco sobre tudo e reciclar
estas informações a todo o momento.
As novas tecnologias alteraram significativamente os conceitos de tempo e
espaço e mudaram nossa consciência. Vivemos em mundos crescentemente múltiplos e
virtuais “a nova mídia eletrônica não apenas possibilita a expansão das relações sociais
pelo tempo e espaço, como também aprofunda a interconexão global, anulando a
distância entre as pessoas e os lugares, lançando-as em um contato intenso e imediato
entre si, em um “presente” perpétuo, onde o que ocorre em um lugar pode estar
ocorrendo em qualquer parte” (du GAY 1997).
É, especialmente, aqui, que as revoluções da cultura a nível global causam
impacto sobre os modos de viver, sobre o sentido que as pessoas dão à vida, sobre suas
aspirações para o futuro e sobre as suas identidades. A formação da identidade é um
processo permeado por discursos, experimentações, relações e sentimentos.
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Bauman utiliza a metáfora líquido, para exemplificar a vida e a sociedade contemporânea, onde t
udo
está sendo permanentemente desmontado mas sem perspectiva de alguma permanência. Tudo é
temporário. É por isso que sugeri a metáfora da “liquidez” para caracterizar o estado da sociedade
moderna: como os líquidos, ela caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma.
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