Guerra do Vietnã, movimentos hippie e a corrida espacial, com a chegada do homem a
Lua.
A série retrata a trajetória de um garoto, Kevin Arnold, de classe média, do
subúrbio de uma cidade americana, em sua passagem da infância para a adolescência -
os seus “anos incríveis”- num momento histórico de intensas mudanças em seu país. O
seriado se desenvolve através de temas como família, amigos, escola, namoradas e
paixões. Por abordar assuntos da vida cotidiana, este seriado atraiu e atrai diversos
públicos.
Enquanto se passam as histórias, há a presença de um narrador, o próprio
protagonista, Kevin, mais velho e experiente, que descreve o que acontece e conta o que
aprendeu de suas experiências, geralmente num tom divertido e, por vezes, nostálgico.
Dessa forma, o seriado destina-se ao público adolescente da década de 80 e 90, bem
como aos adultos que viveram nos anos 60 e 70.
Neste trabalho, propomo-nos estudar como a família é apresentada e
representada no seriado “Anos Incríveis”, atentando-nos para os discursos que são
transmitidos na 1ª temporada da série, constituída de seis episódios, cada um com
duração de aproximadamente 20 minutos. Além disso, buscamos compreender como o
discurso constrói as versões do mundo social e natural e o modo como ele posiciona os
indivíduos nas relações de poder, dentro de uma instituição familiar. A partir do próprio
discurso, tentaremos passar às suas condições externas de possibilidade, com os efeitos
que são produzidos a partir dessa apresentação de cultura, valores, costumes e
ideologias.
Apresentações: membros da família
O seriado tenta nos passar a imagem de uma típica família americana dos anos
60, constituída de indivíduos com uma identidade aparentemente bem definida, com
papéis e funções bem delimitados. A série nos apresenta os membros de uma família,
entendendo com membros aqueles sujeitos que compartilham a construção social de um
grupo, que dominam a linguagem comum deste grupo, que interagem com os demais a
partir de redes de significação estabelecidas nos processos interacionais (GUESSER,
2003).
