Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1216

Nota-se com muita constância o apelo sexual, a exibição de corpos, associados à
uma “frase-conceito” nas propagandas deste produto e foi justamente por observar uma
exceção em seu padrão de propagandas, buscando outros conceitos e formas de
apresentá-los, que optamos por trabalhar com a marca Bohemia.
A cerveja Bohemia, marca já estabelecida no pódio entre as campeãs de
consumo, possui um diferencial nas propagandas: não divide com qualquer corpo
escultural, definido como perfeito de acordo com os padrões de beleza, o espaço dentro
de suas propagandas. A marca vende uma ideia, um conceito juntamente com o produto,
e não uma mensagem e imagem apelativa para firmar-se no mercado.
Outra característica muito interessante é que não há frequente circulação de
propagandas da cerveja Bohemia em grandes mídias como o rádio e a televisão, a marca
escolhe revistas conceituadas como espaço para divulgação, e no espaço virtual a
escolha também é criteriosa.
A seleção das propagandas da revista
Isto é
deu-se pelo fato de que esta é uma
revista bem conceituada na opinião do público leitor nacional, dada a credibilidade das
informações veiculadas e se torna, assim, um meio importante para a circulação de
propagandas de grandes marcas, além, é claro, das informações e críticas sociais.
Em função da observação dos pontos já mencionados é que surgiu o interesse e,
sobretudo a curiosidade de encontrar os caminhos, através do uso da linguagem, que as
propagandas da cerveja Bohemia utilizam para continuar mantendo-se no topo e ser a
marca escolhida dos melhores apreciadores, e não apenas meros “bebedores”.
A teoria da enunciação
Existem vários fenômenos em nossa língua que não podem ser explicados
somente pela gramática. A força argumentativa dos enunciados, ou seja, o sentido para
o qual apontam é indicado por certos elementos, e é a partir desses que se constrói a
significação e subjetividade do enunciado. A lingüística da enunciação reconhece esses
elementos como constituintes fundamentais para a construção do sentido, assim como o
tempo, lugar, relações sociais e objetivos. De acordo com Koch (1998, p.13),
a Teoria da Enunciação tem por postulado básico que não basta ao lingüista preocupado
com as questões de sentido descrever os enunciados efetivamente produzidos pelos
falantes de uma língua: é preciso levar em conta, simultaneamente, a enunciação – ou
seja, o evento único e jamais repetido de produção do enunciado.
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