momento da enunciação escrita, o escrevente apropria-se não apenas do código, de sistema
de escrita, mas de um “código escrito institucionalizado”, moldado pelas práticas sociais
vigentes. O terceiro eixo, por sua vez, se constitui das representações que o escrevente faz
das próprias práticas escritas, os itinerários do escrevente, ou seja, os caminhos por ele
trilhados até então, a sua relação com o já falado/escrito.
A teoria na prática: a constituição dos sujeitos em conversas pelo MSN
Em um ambiente digital como o software do Windows Live Messenger,
popularmente conhecido no Brasil por MSN, a escrita materializa-se num plano fluido,
multimodal, veloz. Os textos ali produzidos por conta do tom informal e da estruturação
em forma de diálogo são facilmente associados à conversação face a face. Tanto que o
termo mais comumente usado para denominar tais enunciados é “conversas pelo MSN” ou
algo bem próximo a isso. Entretanto, dada a materialidade gráfica presente no MSN, não
se pode simplesmente associá-lo às conversas face a face. É uma prática de escrita
socialmente constituída e como tal traz marcas ─maiores ou menores─ de
institucionalização.
A título de exemplificação e aplicação da fundamentação teórica apresentada,
segue breve análise de fragmentos de uma ‘conversa’
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trocada entre professora e aluna via
MSN.
O texto produzido pela garota não sofreu alterações formatação. Foi escrito,
originalmente, em negrito, o que facilita a identificação dos interlocutores no texto.
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A conversa faz parte de material de amostragem para análises futuras da pesquisadora autora deste artigo. A garota é
uma adolescente de 13 anos que pertence a um grupo de alunos de uma escola da periferia da cidade de São José do Rio
Preto, estado de São Paulo, que costumam “conversar” com a professora via MSN.
Oii professora
Oi...
até que enfim em
kkk
pois é...
Que medo de escrever errado
