Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1213

Alguns profissionais entendem que os termos
propaganda
e
publicidade
não
apresentam o mesmo significado. Devido à sua origem, o termo
propaganda
passou a
ser geralmente utilizado para, como o próprio termo diz, propagar ideias de cunho
religioso ou político, por exemplo, ideias que não estão ligadas a objetivos comerciais,
seu objetivo principal é persuadir o interlocutor a partir da adesão de um sistema
ideológico.
Já a publicidade tem o foco direcionado para a venda de um produto concreto ou
serviço, tendo como seu maior objetivo o lucro e rentabilidade. Neste caso não se vende
uma ideia, mas se propagam mensagens comerciais. Em maior grau de intensidade, o
trabalho com a linguagem e persuasão torna-se muito mais perceptível e sedutor na
publicidade já que seus gastos, segundo Malanga (1979), são pagos pelo próprio
produto, enquanto na propaganda são pagos pelo Estado e é gratuita para o indivíduo.
Para Baudrillard (2002, p. 174) “a publicidade tem como tarefa divulgar as
características desse ou daquele produto e promover-lhe a venda. Essa função objetiva
permanece em princípio sua função primordial”. O
corpus
desta pesquisa pode ser
contemplado de acordo com o termo publicidade, entretanto usaremos propaganda e
publicidade como sinônimos, com base no que encontramos em Sandmann (1993, p.10)
“publicidade é usado para a venda de produtos ou serviços e propaganda tanto para a
propagação de idéias como no sentido de publicidade. Propaganda é, portanto, o termo
mais abrangente e o que pode ser usado em todos os sentidos”.
Podemos distinguir, segundo Vestegaard e Schroder (1988, pg. 1-2), dois tipos
de propaganda: a comercial e a não comercial. As propagandas não comerciais seriam,
por exemplo, as propagandas de Organizações não Governamentais, já as propagandas
comerciais, seriam as que vendem um produto, serviços ou imagem ao consumidor.
Dentre as duas classificações optamos por trabalhar com propagandas
comerciais que, de acordo com Vestegaard e Schroder (1988, p.2) são:
propagandas ao consumidor, na qual o anunciante é uma empresa que tem como
objetivo influenciar os hábitos de consumidores individuais e onde os papéis dos
participantes da situação comunicativa (locutor e alocutário) são desiguais no que diz
respeito ao conhecimento do produto anunciado, possuindo, portanto, forte
característica persuasiva.
Com o desenvolvimento da indústria e a melhora dos instrumentos tecnológicos
que geravam produção em grande escala, as indústrias produziam mercadorias de
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