Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1133

sentido visual, “na produção dos traços, dos volumes sem contorno e de massas
contornadas, dispostos, proxemicamente, em planos e espaços definidos ritmicamente
por simetrias ou assimetrias”. D’Ávila (2006, p. 1)
O que pretendemos demonstrar neste trabalho, embasados nessa teoria, é:
a existência de uma
organização relacional – enquanto estrutura de composição -
constante de uma organização universal, fundamentada no caráter figural rítmico-
estático que possibilita identificar a natureza dos objetos pintados cujos dispositivos
proxêmicos têm por finalidade: /fazer-saber/, /fazer-crer/ e /fazer-fazer/. D’ÁVILA
(2006, p. 1)
Da Teoria
A Semiótica da Figuratividade Visual apresenta uma metodologia que permite colher no
objeto semiótico “os
formantes rítmicos básicos que estruturam o princípio ‘figural’ da
organização visual, os níveis de pertinência e de coerência internas dos
formemas
que
possibilitarão atingir a essência da sua significação”. D’Ávila (1999, p. 1)
Existe uma espécie de sintaxe visual na linguagem imagética, demonstrada pela teoria,
“cuja interpretação na semântica discursiva nos conduzirá à homologação de quatro
conteúdos de diferentes naturezas embora interdependentes, que poderão ser
distintamente examinados”. A seguir, faremos uma síntese desses conteúdos explanados
por D’Ávila (1999, p. 1):
a) o figural 1 plástico nuclear: invariável, oriundo dos semas contextuais ou classemas
extraídos do componente plástico que emergem da figuralidade (linguagem não verbal);
b) o figural 2 plástico classemático: variável, que condensa os semas contextuais ou
classemas que compõem o nível plástico do discurso, que edificam a obra num ritmo
estático simétrico ou assimétrico. A esta parcela correspondem os classemas extraídos
dos sememas (
logos
) que identificam a natureza qualitativa/quantitativa dos contornos
ou dos volumes contornados, isto é, a identidade dos elementos plásticos textualizados
que organizam o como do sentido;
c) o figurador 1 (
logos
): equivale à estória que o quadro representa onde a análise
deverá ser processada de maneira semelhante àquelas dos textos literários, ainda que
condensando em "flash" os múltiplos percursos narrativos da linguagem verbal;
d) o figurador 2 - (
mythós
): na segunda história re-representada correspondente ao
substrato mitológico e (ou) de mitização - implícito em todas as situações de
comunicação, e explícito em cenas que evocam contextos da mitologia grega.
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