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As Celebrações da memória acadêmica

A ANPUH na UNESP/Campus de Assis: 1982/1996/2006

 
 


Trazer para a comunidade acadêmica, mesmo que fragmentariamente, os três Encontros Regionais da ANPUH ocorridos neste Campus, entre 1982 e 2006, tem sido o desafio desta exposição, cujo título sinaliza para os seus propósitos.

A despeito dos registros desta memória arquivística, precários e indiciários, existentes nos arquivos da ANPUH, as descobertas ao longo das pesquisas propiciaram possibilidades ímpares para este ato comemorativo. A começar pela relação da UNESP com essa Associação, cujo ato fundador ocorreu no Campus de Marília, em 19 de outubro de 1961. Essas lembranças foram trazidas por colegas que conviveram com aqueles que foram responsáveis pelo momento inaugural dessa Instituição Científica. Desde então, ela vem aglutinando os profissionais da área e definindo os rumos do debate acadêmico e dos caminhos do conhecimento histórico no país.

Nesse esforço para evitar o esquecimento, entretanto, o recorte é a ANPUH Regional e sua presença no Campus da UNESP/Assis. A leitura dos registros localizados indica-nos que, no decorrer desses 24 anos, houve significativo deslocamento do debate acadêmico e, igualmente, do formato do evento. Se, na década de 80, os registros indicam intenso debate político em sintonia com as mudanças em curso na sociedade brasileira, o que é perceptível na estruturação de suas atividades e nos convidados de renome que integram as mesas, conferências e cursos, nos dias atuais, o evento igualmente traduz as mudanças que perpassam a sociedade brasileira. O tema proposto discutirá o papel do historiador (e seu objeto), no universo fragmentado e plural da sociedade contemporânea e, ao mesmo tempo, oferecerá aos interessados, a partir de meios mais velozes, várias opções de atividades, tais como: conferências, mesas redondas, grupos de trabalho temáticos, painéis, cursos diversificados, atividades culturais, próprios de uma associação que, ao se tornar referência, assumiu uma característica massificada. Nessa trajetória, algumas alterações verificam-se, também, na participação dos discentes, com a exposição dos trabalhos de pesquisa. Se essa participação já era garantida para os alunos de Pós-Graduação, o mesmo não acontecia com os de graduação que se incorporam ao evento, não apenas como aprendizes dos conteúdos e rituais acadêmicos, mas de forma ativa, como expositores de suas pesquisas de Iniciação Científica, em suas diversas modalidades.

Ao retraçarmos os caminhos percorridos por esses eventos, sob a ótica de sua sacralização memorialística, ganharam visibilidade, nesse ritual de celebrações, além dos percursos e sujeitos envolvidos na sua modelagem acadêmica, também aqueles que atuaram nos bastidores desses acontecimentos.

No rastro dessa memória de si, a partir do conjunto de atividades e dos significados atribuídos pelos idealizadores e participantes no evento, nessa exposição procuramos colocar em evidência o circuito completo de seu acontecer, que inclui não só a temática e os expositores, as atividades culturais, mas aqueles que, "invisíveis", igualmente oferecem o suporte para sua materialidade e ajudam a engrenagem a funcionar: os funcionários, os alunos que trabalham como monitores e a imprensa.

No caso da imprensa, merece lembrar o seu papel, pois ela se constitui no elo entre os circuitos acadêmicos e a sociedade. Divulga a programação, mas volta os holofotes para os temas e celebridades que são signos de suas (e nossas) projeções, a partir da premissa do interesse da notícia para o público leitor.

 Assim, para a realização dessa exposição, tivemos que percorrer o mesmo circuito de qualquer outro assunto, que passou pela consulta a pessoas, pesquisa nos jornais locais depositados nos acervos do CEDAP e uma equipe ampla, de alunos, professores e funcionários para executá-la, atendendo a propósitos diversos, mas sua matriz é o curso de extensão Patrimônio e Memória.

Ao concluirmos este breve preâmbulo, por precaução, convém assinalar que recordar não é um ato ingênuo: envolve lembranças e esquecimentos, mesmo no percurso de uma memória arquivística, como a presente exposição.

 

Profª Drª Zélia Lopes da Silva

Supervisora do CEDAP
 

 


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