sentido unívoco para o termo ao adotar procedimentos distintos frente à constituição do
sujeito leitor nas edições semanais e na edição de domingo, de maior circulação, que se
inscrevem numa relação ideológica de classes e de gênero.
Entendemos que o discurso sobre o leitor do jornal é controlado através de
diferenciações na seção do leitor, nas quais o sujeito leitor se insere em um contexto
sócio-histórico e ideológico como uma posição frente a outras posições. Sendo o
discurso uma prática contraditória, também existem as condições de possibilidades, em
que o leitor é construído como aquele que não apenas fala à publicação, mas que é
interpelado como sujeito no ato do discurso.
São diferentes relações de força em jogo no processo discursivo, a posição que o
sujeito ocupa ao dizer constitui o que ele diz e o que faz com que suas palavras
signifiquem de modo diferente. Surgem nesse espectro as posições e as imagens que as
constituem, assentadas em relações de poder, na ideologia, que dissimula sua existência
no interior do funcionamento do discurso, produzindo evidências subjetivas, que não
são as que afetam o sujeito, mas nas quais esse se constitui. Essas são as questões que
pretendemos confrontar pela análise do jornal Bom Dia Bauru, numa tentativa de
entender o leitor construído como sujeito no e pelo discurso, numa rede que circula
informações e poder.
Referências
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