independentes uns dos outros, estando submetidos às mesmas escanções históricas, às
mesmas restrições temáticas etc...” (MAINGUENEAU, 2005, p.145)
Portanto, abrir o universo discursivo a outras linguagens como forma de
expressão é também abrir possibilidades de análise discursiva em outras formas e
situações da atividade humana. Conflitos em relação à leitura e aos suportes que podem
ser utilizados no momento da irrupção de enunciados que expressam sentimento e
emoções me atravessam. Estar inserida historicamente em uma sociedade na qual a
prática intersemiótica é uma constante, faz-me refletir sobre a leitura não apenas como
uma prática que busca comunicação e transmissão de conhecimento, mas possibilidade
de leitura do universo das sensações, da emoção, dos sentimentos e do prazer. Logo
serão aqui observadas e analisadas as escolhas que configuram o enunciado, suas regras
de combinação, seus sentidos na linguagem musical. Por isso, pensar o termo leitura
discursivamente a fim de aproximar sua utilização quando referindo a textos linguísticos
à leitura de textos musicais.
Para tal, utilizo como corpus, enunciados
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, tanto musicais quanto históricos, a
fim de encontrar possíveis afastamentos e aproximações nas análises discursivas das
músicas, fazer uma aproximação dos signos e estrutura verificando a possibilidade de
comparação no processo de leitura considerando os níveis de leitura - decodificação,
interpretação e compreensão - e o efeito de sentido
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.
Uma reflexão conceitual sobre leitura.
Para responder ao questionamento da possibilidade de se falar em leitura na
dimensão discursiva da música é necessário fazer uma aproximação dos processos
acionados pela leitura e refletir sobre alguns de seus conceitos antes de partir para a
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Enunciado:
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Efeito de sentido: para o analista de discurso de que na produção da linguagem, o que temos não é
transmissão de informação, mas efeitos de sentido entre locutores (PÊCHEUX, 1969, apud Orlandi, 2006,
p.103)
