Jornal Nosso Câmpus - Ano IX ed. 26 - junho de 2015 - page 10

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LETRAS
Nosso
Câmpus
junho de 2015
COORDENADOR DO CURSO DE LETRAS ESCLARECE
DÚVIDAS SOBREAGRADENOVA
Marcelo Inácio
Atualmente, a diferença
entreoconteúdoprogramá-
tico da nova grade (1º ano)
e o da grade antiga (2º, 3º e
4º anos) tem sido assunto
frequentemente debatido
pelos alunos do Curso de
LetrasdaUNESP/Assis.Nas
discussões, o termo “preju-
ízo” é o que mais aparece,
causandoapreensãoentreos
alunosdagradeantiga.Nes-
te contexto, o Jornal Nosso
Câmpus (JNC) se dispôs
a ser intermediário entre o
Conselheiro do Curso de
Letras, professor José Luís
Félix, e os alunos veteranos,
com o objetivo de desfazer
a essa inquietação. Logo,
um questionário foi envia-
do para aproximadamente
cinquentaveteranos,noqual
puderamexporsuasdúvidas
arespeitodasmudançasefe-
tuadasnanovagrade, como
seelaspudessemrepresentar
desvantagens para eles. De
possedo resultadodoques-
tionário, o JNC entrou em
contatocomoprofessorJosé
Luís para uma entrevista,
na qual foram-lhe apresen-
tadas perguntas baseadas
no material recolhido, no
intuito de obter maiores
esclarecimentos. O texto
abaixoenglobatodaafalado
Coordenador, esclarecendo
os tópicos levantados pelos
veteranos:
Diminuiçãodacargaho-
ráriade língua estrangeira
“A carga horária de lín-
guaestrangeiranãomudou,
continua a mesma, porém
distribuída de maneira di-
ferente. Os alunos da nova
grade terão a mesma carga
de Iniciação; a única mu-
dançafoiadiminuiçãode30
horas da Iniciação à Língua
EstrangeiraI,porémasmes-
mas30horas foramjogadas
para o quarto ano, o que
representaumadistribuição
balanceada.”
Extinção da prática de
laboratório
“A prática de laboratório
desapareceu. A alteração
aconteceu por motivos de
reclamações dos próprios
alunos, que, ao iniciarem o
Curso de Letras, não con-
cordavamcomasmuitas la-
cunase folgasemsuagrade.
Depois dos primeiros anos
do Curso, o aluno, com a
obrigaçãodecumprir todos
os créditos, percebia que o
tempo escasseava para dar
conta de uma sobrecarga
de disciplinas e aprofundar
o conhecimento teórico.
Diante desta reclamação,
ponderou-se que, de fato,
seria preciso “carregar” um
pouquinhomaisoprimeiro
ano para que o aluno não
tenha janela alguma. As
aulas de sábado são mais
“realistas”.Requerem-seain-
da alguns ajustes, como,
por exemplo, melhorias
na administração para um
melhoratendimento.Amu-
dançafoiemdecorrênciade
reclamações dos próprios
alunosque,juntamentecom
outros dois eixos, aponta-
vam a necessidade de uma
articulação entre os cursos
de Letras de toda a UNESP
paraqueoscursosseaproxi-
massemmaisemconteúdos
e nas diversas disciplinas.
Com as novas diretrizes,
teremos o curso em Assis,
Araraquara e São José do
Rio Preto com algumas
semelhanças básicas, que
proporcionammobilidades
para que umalunodeAssis
possa continuar seu curso
em qualquer um desses
câmpus. O terceiro eixo
da mudança decorre da
conjuntura nacional, pois
temos uma recomendação
do MEC, por meio da Se-
cretaria de Estado, o que
obriga os cursos a terem
alguns conteúdos mais atu-
alizados, como o conteúdo
de Tecnologia da Informa-
ção e Comunicação, TICs,
implantado na grade nova
e incluídos na AACC. Na
gradevelha, osalunos cum-
priamoshoráriosdaAACC
sem terem o compromisso
de apreender conteúdos
determinados. A partir de
agora, porém, os conteúdos
estãoficandomais conecta-
dos.Agradenovadireciona
330 horas dessas ativida-
des para a formação e para
as tecnologias e o restante
para os debates culturais e
científicos. Então, a prática
de laboratório deixa de ser
disciplina e se transforma
emAACCouTICs.”
Linguística e Língua
Portuguesa
“Possodizerque,quando
inicia o Curso de Letras, o
aluno tem poucas aulas de
linguística, estudos linguís-
ticos, língua portuguesa,
morfologia, sintaxe e até
mesmodeproduçãotextual.
Mas agora, a estrutura vai
permitirqueeletenhamaior
carga de linguística e língua
portuguesa,comumaestru-
turamais condizenteparao
profissional de Letras.”
• Optativas que vira-
ram disciplinas da grade
nova
“Nada impede que haja
um diálogo entre as duas
grades. As disciplinas, na
grade antiga, serão ofereci-
das. O que acontece é que
nem todas estão sendo ofe-
recidas como antes, pois
é da sua própria natureza
sofreremdesgasteouganho
muito grande, podendo
assim tornar- se uma disci-
plina obrigatória como aca-
bou acontecendo na grade
nova ou elas simplesmente
desaparecempor nãohaver
interessados. Todavia, se
um aluno não se interessar
por nenhuma das optativas
oferecidas, ele pode pedir
que umprofessor apresente
uma. Para tanto, deve con-
seguir juntar um grupo de
dez alunos e juntos fazerem
a solicitação. Assim, o pro-
fessor não correrá o risco
de oferecer uma disciplina
e a sessão o comunicar que
não houve nenhum aluno
interessadonela.”
O suposto prejuízo dos
veteranos
“Tenhoaabsolutaconvic-
çãodequeosalunosdagra-
de velha não terão nenhum
prejuízo; o que acontece é
que eles tiveram um pouco
mais de folga no início do
curso e, no final, vão sentir
oaumentodacargahorária,
enquanto que os novos vão
ter mais compromissos no
iníci,masfolgarãonofinal.É
uma inversãoqueos alunos
pedirame nós fizemos.
Posso concluir que nem
os alunos sujeitos à grade
antiga terão prejuízo e nem
os sujeitos à nova grave sai-
rãonolucro.Daquiaquatro
anos, nós iremos discutir
a grade nova para ver o
que funcionou e o que não
funcionou e é provável que
detectemos, nesse processo,
algumacoisaquenão tenha
sido produtiva. Eu, parti-
cularmente, disse para os
alunosdoprimeiroanoque
elessão“cobaias”deumpla-
nejamento que está sendo
colocado em prática agora.
O objetivo final é acertar e
para isso temos sempre que
mudar o currículo, embora
a grade tenha ficado, desde
sua implantação até o final
do século passado, 29 anos
sem alterações. Não deve-
mos crer que a nova gra-
de é definitiva. Espero que
possamosmelhorá-la ainda
mais. Ainda não temos in-
formações para divulgar
sobre a grade nova, porque
ela está acontecendo neste
exato momento. Após dis-
cutir os ajustes nos planos,
provavelmente em junho,
iremos começar a postar
informações sobre aquilo
que está valendo, de fato, na
grade nova. As mudanças
foram feitas a pedido dos
próprios alunos que, ape-
sar de chegarem cheios de
energiaparaestudar,agrade
antiga os deixava meio sol-
tos: os alunos podiamficar
mais relaxados em ativida-
des recreativas e até voltar
paracasadospaismaiscedo.
Estamos testando, pela pri-
meira vez, uma grade onde
osistemavaiseguraroaluno
pormais temponasativida-
des acadêmicas e, quando
chegar aos últimos anos do
Curso,elevaitermaistempo
para pensar na sua forma-
ção profissional ou mesmo
continuar a estudar para
o mestrado. Já, o aluno da
grade velha quando chega
ao quarto ano, não aguenta
mais.”
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