PROJETO DE EXTENSÃO PROMOVE DISCUSSÕES SOBRE DROGAS E ACOLHE COMUNIDADE DO CÂMPUS
O Projeto busca criar um espaço para debater a dependência química
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Marcelo Inácio
Segundo um rela-
tório elaborado pelo
Escritório da ONU
sobre Drogas e Cri-
me (UNODC) , o
consumo de drogas
atinge cerca de 243
milhões de pessoas
em todo o mundo.
Aponta também a
existência média de
27 milhões de usu-
ários problemáticos
(com distúrbios ou
dependência), cor-
respondendo a cerca
de 0,6% da popula-
ção adulta mundial
ou 1 em cada 200
pessoas. No tocante
à realidade brasilei-
ra, o relatório assi-
nala uma redução
no uso de anfeta-
minas e de drogas
injetáveis e ressalta
a nova política so-
bre álcool. Diante
desse cenário, é ne-
cessário estabelecer
novas estratégias de
enfrentamento, com
a criação de grupos
de discussão e aco-
lhimento dos indiví-
duos que livremente
queiram participar
desse processo clí-
nico.
Neste contexto, o
Câmpus da UNESP
de Assis desenvol-
ve um Projeto de
Extensão, coorde-
nado pelo professor
Cláudio Edward dos
Reis, denominado
“Conversando so-
bre drogas - Grupo
de atenção e apoio
ao jovem e adulto
no tratamento de
questões sobre de-
pendência química”,
que busca discutir e
acolher indivíduos
que queiram par-
ticipar das reuni-
ões. O Projeto busca
criar um espaço in-
terno para debater
sobre a dependência
química, voltado,
a princípio, para a
população interna
e, eventualmente, se
houver vagas, para a
população externa.
A intenção é reunir-
-se semanalmente
em rodas de con-
versa, discutir a de-
pendência química
e os motivos que o
indivíduo tem para
desenvolver com-
portamentos com-
pulsivos ou aditivos.
O objetivo não é jul-
gar, nem estabelecer
valores, mas, a partir
de uma reflexão so-
bre o que isso repre-
senta e que estraté-
gias adotar, ter um
olhar diferenciado
para a questão da
dependência quí-
mica.
busc, pois hoje ela
atinge todas as cama-
das da sociedade. Há
muitas controvérsias
em relação à depen-
dência química e
ao uso de substan-
cias que a causam.
Existem grupos que
defendem o uso de
uma maneira mais
livre, outros já são
mais restritivos. Tal-
vez, por essa razão,
a juventude esteja
ingressando nesse
universo muito pre-
cocemente e sem ao
menos refletir sobre
as consequências de
suas escolhas, expe-
rimentando, muitas
vezes, “no embalo”.
O propósito é con-
versar sobre isso,
sem impor deveres
e sem emitir opi-
niões de juízo so-
bre qualquer tipo
de comportamento,
classificando-o, por
exemplo, de certo ou
errado. Sob o ponto
de vista damedicina,
existem indicadores
sobre os diversos
efeitos provocados
pelo uso de determi-
nadas substâncias.
ESPECIAL
Essas pesquisas são
incontestáveis. Há
uma política da Se-
cretaria Nacional de
Drogas que combate
a questão do tráfico,
mas não há, na mes-
ma proporção, uma
atenção ao consumo
de álcool, que é tão
maléfico quanto as
substâncias psico-
trópicas, e também
o são medicamen-
tos que provocam
dependência quí-
mica. É preciso ini-
ciar uma discussão
sobre essas questões,
e saber se existem
outros motivadores
além da socializa-
ção, da timidez ou
da própria influên-
cia do grupo no qual
a pessoa convive.
Isso possibilitará sa-
ber se existe algo
que possa contribuir
para olhar de modo
diferente para ques-
tão da dependência.
Não é um plano de
combate à depen-
dência, é simples-
mente preocupação
comos dependentes,
uma demanda mais
abrangente. Trata-se
de uma questão que
diz respeito a nossa
comunidade inter-
na, pois temos pro-
blemas de consumo
dentro da Unidade.
Podemos notar tam-
bém que pessoas da
comunidade exter-
na vêm ao Câmpus
para fazer uso dessas
substâncias de uma
forma “mais livre”.
Temos aqui o uso da
maconha, fato visí-
vel pelos corredores,
mas há indícios de
que existem outros
tipos de drogas cir-
culando.
O grupo terá en-
contros semanais
desde a 1h , ou
1h30m, no Centro
de Pesquisa e Psi-
cologia Aplicada
(CPPA). O Proje-
to prevê 15 vagas
para a população
interna e, eventu-
almente, se houver
vaga, para a popu-
lação externa. As
condições básicas
para participar do
grupo são: desejo,
vontade e interesse
em sentar e conver-
sar sobre a ques-
tão da dependência
química. O CPPA
fará a divulgação e
oferecerá uma fi-
cha de inscrição aos
interessados que, a
partir de então, se-
rão convidados a
uma entrevista ini-
cial para estabelecer
um “contrato psico-
lógico”, ou seja, para
obter informações
sobre os dias dos en-
contros e o que é ne-
cessário para que as
pessoas participem.
Um dos subprojetos são os aquecedores solares com embalagens Tetra Pak
Foto: Marcelo Inácio
Nosso
Câmpus
junho de 2015
Nosso
Câmpus
junho de 2015
O Projeto é coordenado pelo professor Cláudio Edward dos Reis, do Departamento de Psicologia
Experimental e do Trabalho
Foto: growroom.net