Jornal Nosso Câmpus - Ano IX ed. 26 - junho de 2015 - page 6-7

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MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
Jenifer Aleixo
Ocorreu na UNESP,
nos dias 18 a 24 de
maio, a 13 ª Semana
de Museus. A Semana
Nacional de Museus é
uma temporada cultu-
ral que acontece todo
ano em comemoração
aoDia Internacional de
Museus,18 de maio.
Os museus têm ori-
gem na necessidade
do homem de cole-
cionar coisas, de pre-
servar suas memórias
particulares; isso desde
a Antiguidade. A pa-
lavra museu, do grego,
significa “templo das
musas“, e recebia esse
nome porque era o lo-
cal destinado ao estudo
das artes e das ciências.
O museu público foi
criado, na França, pelo
Governo Revolucio-
nário, só em 1793: o
Museu do Louvre, com
coleções acessíveis a
todos, com finalidade
recreativa e cultural.
No Séc. XIX surgem
muitos dos mais im-
portantes museus em
todo o mundo, a partir
de coleções particula-
res que se tornam pú-
blicas: Museu do Pra-
do (Espanha), Museu
Mauritshuis (Holanda).
Somente em 1870, nos
Estados Unidos, é fun-
dado o Museu Metro-
politano de Arte, em
Nova York.
NoBrasil, oprimeiro
museu data de 1862, o
Museudo InstitutoAr-
queológico Histórico e
GeográficoPernambu-
cano.Osoutrosmuseus
brasileiros foram todos
fundados durante o
século XX, sendo o
mais importante, pela
qualidade do acervo, o
MASP-MuseudeArte
de São Paulo, fundado
em 1947.
De 18 a 24 de maio,
museus e outras enti-
dadesculturaisemtodo
o país apresentamuma
programação especial
para seu público: expo-
sições, palestras, ações
educativas, espetáculos,
entre outras.
Essa ação é pro-
movida pelo Instituto
Brasileiro de Museus
(Ibram), mas os gran-
des atores que lhe dão
vida sãoosmuseusbra-
sileiros. A cada ano,
o ICOM (Conselho
Internacional de Mu-
seus) lança um tema
diferente para a cele-
bração de 18 de maio,
que é também o mote
norteador das ativida-
des da Semana. Otema
2015 é “Museus para
uma sociedade susten-
tável”, quevemenfatizar
a importância de uma
maior conscientização
da ação do homem so-
bre o planeta.
A13ªsemanadeMu-
seusnaFCL–UNESP/
ASSIS
Em sua 13 ª edição,
1.378 instituiçõescultu-
rais realizarammais de
4.500atividadeseaFCL
UNESP/Assis é uma
delas. O Laboratório
deHistóriaeMeioAm-
biente (LABHIMA) da
UNESP/ Assis partici-
pou da programação
buscando aliar a re-
flexão do ensino e da
prática na formação de
historiadores com as
questões da sustentabi-
lidadeedacidadaniano
Brasil contemporâneo.
Na UNESP/Assis, a
semana contou com
uma exposição: “Patri-
mônioCultural Indíge-
na”, realizadanoEspaço
Cultural da FCL/ Assis
– Prédio I. A exposição
foiorganizadapelopro-
fessor Paulo Henrique
Martinez e pela aluna
EllenNicolau (PIBIC –
LABHIMA), que seba-
seou em sua pesquisa.
A bolsista desenvolve
pesquisa que envolve a
discussão de coloniza-
ção e memória social
através de perspectivas
da história ambiental e
educação indigenista,
objetivando pensar as
problemáticas do Mu-
seu Histórico e Peda-
gógico “Índia Vanuíre”,
emTupã (SP).
HISTÓRIA
Na exposição encon-
travam–se objetos -
pulseiras, colares, - to-
dosdeorigemindígena,
muitas vezes presentes
no dia-a-dia de muitos
brasileiros. Foi enfati-
zado o fato de quanto
a produção artística
indígena está viva e é
contemporânea. Pai-
néis didáticos, incluin-
do fotografias de Darci
Ribeiro, Berta Ribeiro
e Lux Vidal, estavam
expostos no intuito de
mostrar o histórico das
discussõesdadinâmica
do patrimônio cultural
indígena.
No dia 18 de maio, o
evento teve início com
uma Mesa redonda,
formada pelos profes-
sores Andrea Rossi,
Carlos Alberto Me-
narin e Paulo Henri-
que Martinez, todos
do Câmpus de Assis,
que discutiram o tema
“Museus para uma so-
ciedade sustentável”.
No dia 19 de maio, foi
oferecida uma oficina,
“Acervos Etnográficos
e Ações Educativas”,
coordenada pela aluna
Ellen Nicolau, com o
objetivo de problema-
tizar coleções e expo-
gráfias.
“Esperoqueaspesso-
as se sensibilizem cada
vez mais com as ques-
tões indígenas e seus
costumes. Penso que é
papel da universidade,
por meio da pesquisa,
mostrar a vivacidade
tantoda cultura indíge-
na quanto damuseolo-
gia.Omeudesejoéque
as pessoas ao saírem
desta exposição fa-
lem:- “Nossa como os
índios são contempo-
râneos!”, ouseja, agen-
tes da sua própria cul-
tura”, declarou Ellen
Nicolauementrevista.
Ela afirmou também
ansiar que as pessoas
conheçammais o tra-
balhodaBertaRibeiro
(estudiosa da cultura
material indígena) e
Darci Ribeiro (antro-
pólogo brasileiro).
Ellen Nicolau mos-
trou–se satisfeita com
oevento, relatandoser
este gratificante, no
sentido de conseguir
divulgar os resultados
de sua pesquisa. De-
monstrou ainda muito
orgulho ao saber que a
exposiçãoserá itineran-
te, pois será exposta em
uma escola da cidade,
o que reitera, assim, o
valor de seu trabalho,
que tem sido útil para
a sociedade.
Contudo, o movi-
mento indígena foi de-
finido por Ellen Nico-
lau emuma só palavra:
Resistência (resistência
cultural, política e so-
cial). Finalizoudizendo
que é preciso valorizar
esse processo de resis-
tência, uma vez que os
povos indígenas lutam
com garra pela preser-
vação de sua cultura.
Objetos expostos durante a exposição “Patrimônio Cultural Indígena”
Nosso
Câmpus
junho de 2015
Nosso
Câmpus
junho de 2015
HISTÓRIA
A exposição apresentada no Espaço Cultural da FCL também será exposta em uma escola de Assis
A estudante Ellen Nicolau e o professor Paulo Henrique Martinez organizaram o evento
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