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Por que Poesia?
ALUNOS
Foto: www.lidemultimidia.com.br
A estudante Rafaela Machado Longo acredita que a poesia sempre terá seu público leal
Nosso
Câmpus
novembro 2014
Marcelo Henrique
A estudante de Letras
daFaculdade deCiências
e Letras deAssis/UNESP,
Rafaela Machado Longo,
venceu três concursos de
poesia, sendoopoemade
um dos concursos publi-
cado no livro “Contos de
Terror”, pela editora Ci-
dadela.Aestudanterelata
seusconhecimentossobre
o tema edeixa ‘dicas’ para
quem sonha vencer um
concurso, ter seu próprio
poemapublicadoe,quem
sabe, ganhar uma boa
grana...
A poesia está sendo
deixada de lado?
“Creio que a poesia
possui o seu público es-
pecífico, mas não neces-
sariamente restrito (este
sempre lhe será leal). Ela
nunca será deixada de
ladoselevarmosemconta
as pessoas que realmente
aapreciam,porém,quan-
do a comparamos com o
que a cultura de massa
produz e é consumido
pela mídia, então creio
que a poesia dificilmente
terá o mesmo alcance.
Quanto aos apreciadores
fiéis da poesia, estes sem-
pre existirão.”
Se sim, por qual mo-
tivo?
“Justamente pela cul-
tura de massa que acaba
por sufocar os leitores
com sucessivos lança-
mentos, que acabam por
“prender” o leitor. Veja-
-se, como exemplo, o fil-
me “Tempos Modernos”
de Charles Chaplin em
comparação aos filmes
comerciais. A maioria
pensa em disponibilizar,
para o público, livros em
grande escala semse pre-
ocupar com o seu valor.
A poesia é arte, rica em
recursos estilísticos e por
isso requer interpretação
do leitor, ou seja, esforço
e concentração maior do
que o produto de cultura
de massa exige do seu
leitor; razão por que não
é apreciada pela maio-
ria das pessoas, que não
entendem ou não estão
acostumadas a avaliar, a
questionar o que leem.”.
Quais caminhos, além
dos concursos, poderiam
ser trilhados paradesper-
tar o interesse dos jovens
pela poesia?
“Os concursos são
muito bem direcionados
a um tipo de público: os
poetas/escritores. Sãoeles
querealmenteelespartici-
pam, mas também fãs de
poesias e iniciantes na es-
critapoéticacomparecem
nos concursos. Para estes
teremmaior alcance, de-
vem ser mais frequentes.
Eu, por exemplo, quando
criança não costumava
ler poesia; foi na Facul-
dade que conheci poesia
infantil. Com o curso
de Letras, conheci e me
interessei, não fosse isso,
nem saberia que existe.
Para despertarointeresse
dos jovens, elesdevemser
acostumados a ler poesia
bem cedo, os pais lendo
poesia para os filhos, a
escola promovendo lei-
turas e criação de poe-
mas, organizando saraus
e divulgando o hábito de
leitura na mídia. Tenho
visto nestes últimos anos,
os chamados concursos
de “poesia no ônibus”;
achei original, incenti-
vador (para escritores e
leitores) e interessantíssi-
mo. Algumas cidades já
estão promovendo esse
tipo de concurso (princi-
palmente as do sul), em
que os ganhadores terão
seus poemas “impres-
sos” no ônibus. Já sugeri
a um vereador de Assis
a adoção dessa ideia, o
qual a repassou aoprefei-
to. Quem sabe por aqui
não veremos poesias nas
ruas...”.