Apesar do periódico não se limitar a publicar textos referentes à Literatura
Portuguesa, a Literatura Brasileira e a Literatura Africana são por várias vezes
contempladas no
JL
. Entretanto, percorrendo as capas da década de 1990 a 2000, nota-
se que é a Literatura Portuguesa, especialmente aquela contemporânea, que merece ser
estudada pelos críticos do
Jornal de Letras, Artes e Ideias
. Ainda há uma preocupação
com a “agenda” – lançamento de livros e morte de autores. Preocupações com o
presente, o século XX, produzem inquietações que são publicadas por meio de textos
críticos no
JL
.
Com base na leitura do periódico, pode-se afirmar que o perfil do leitor do
JL
é
definido por estudiosos da cultura, pessoas que se sentem motivadas a ler sobre
literatura, artes plásticas, cinema, televisão. Os textos são de fácil compreensão, mas
exigem um mínimo de “repertório”, por parte do leitor a respeito da Cultura Portuguesa,
para que atinjam seu objetivo: proporcionar “mudança de mentalidades e as
transformações culturais”.
Considerações finais
Com objetivo de comentar o gênero capa do periódico
Jornal Letras, Artes e
Ideias
, para estabelecer alguns aspectos que possam colaborar para o entendimento de
como se forma a identidade cultural do periódico, espera-se ter demonstrado que o
pensamento de Bakhtin sobre os gêneros do discurso como forma de ação social
possibilita estabelecer relações entre a manifestação textual concreta e as interações
sociais. Concluindo, concordamos com Bakhtin (2003, p.263): “Não se deve, de modo
algum, minimizar a extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos e a dificuldade daí
advinda de definir a natureza geral do enunciado”.
Referências
ARAÚJO, E. (2008).
A construção do livro
. 2. ed. Rio de Janeiro, Lexikon Editora
Digital; São Paulo, Fundação Editora da UNESP.
ANCHIETA, I. (2009). Jornalismo cultural: por uma formação que produza o encontro
da clareza do jornalismo com a densidade e a complexidade da cultura.
in
: AZZOLINO,
