Jornal Nosso Câmpus - Ano X ed. 31 - maio e junho de 2017 - page 9

ARTE E CULTURA
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Nosso
Câmpus
MAIO E
JUNHO/2017
VI SEMINÁRIO “LEITURAS DA MODERNIDADE” –
QUADERNOS DE ARIANO - 90 anos do nascimento de
Suassuna
“Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e
o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.” - Ariano
Suassuna
No dia 19 de junho,
promoveu-se o “VI
SEMINÁRIO
‘LEI-
TURAS DA MODER-
NIDADE’, evento que
celebrou os 90 anos do
autor brasileiro Ariano
Villar Suassuna, certa-
mente um dos grandes
nomes da literatura
brasileira. Antes de ser
brasileiro, o escritor,
dramaturgo e poeta, foi
sobretudo nordestino,
um dos maiores res-
ponsáveis por difundir
a cultura do Nordes-
te. Ariano defendeu
sua identidade cultural
e, com originalidade,
soube unir dois elemen-
tos até então diferentes:
o erudito e o popular
nordestino. Da junção
desses dois elementos
nasceu, na década de
70, um movimento que
incluiu diferentes tipos
de arte, como música,
dança, teatro e arqui-
tetura passando a ser
conhecido como Movi-
mento Armorial.
O professor Gilber-
to Martins, do Depar-
tamento de Literatura
da FCLAssis/UNESP,
organizador do even-
to, diz: “O que, prin-
cipalmente, buscamos
foi saber quais são as
fontes em que se ins-
pirou Suassuna e no
que elas e outras obras
influenciaram as suas.
No período da manhã
discorreu-se sobre as
influências que teve da
comédia latina, italia-
na e espanhola; à tar-
de, sobre a relação da
sua obra com a Idade
Média e a influência da
literatura francesa, o
foco foi a tragédia; já,
à noite, falou-se, so-
bretudo, sobre as fontes
ibéricas”. A jornada se
encontra em sua sexta
versão e seu propósito
é contemplar, em cada
evento, um autor, sendo
a programação elabo-
rada de forma que seja
possível perceber di-
ferentes perspectivas
relacionadas à obra do
autor estudado. Tais
perspectivas devem
ser apresentadas de
modo a relacionar o
conteúdo literário do
autor ao dos demais
movimentos presen-
tes no referencial de
sua obra.
Na programação
do evento determi-
nou-se que, em cada
fala, fosse contem-
plada uma visão do
trabalho
realizado
pelo autor ao longo de
sua trajetória como
escritor. O início do
evento contou com a
presença do professor
Dr. Francisco Clau-
dio Alves Marques
e da professora Dra.
Maira Angélica Pan-
dolfi, ambos do De-
partamento de Letras
Modernas, e da pro-
fessora. Dra. Cláudia
Valéria Penavel Bina-
to, do Departamento de
Linguística da FCL/ As-
sis.
O professor Francis-
co falou sobre “As ver-
tentes, popular e eru-
dita, da obra de Ariano
Suassuna”, baseado nas
obras do mesmo e rela-
cionando-as com carac-
terísticas popular e eru-
dita, absorvidas por ele
ao longo de sua forma-
ção literária; em um dos
momentos de sua fala, o
professor Francisco afir-
ma em relação ao autor:
“ ...uma hora, a erudição
está acima da cultura
popular, noutra dá-se o
inverso.” A professora
Cláudia discorreu so-
bre o título “A inspira-
ção plautina em O San-
to e a Porca de Ariano”,
e sobre a influência que
Suassuna recebeu, espe-
cificamente nessa obra,
da paliata Aulularia do
comediógrafo
latino
Plauto, que viveu duran-
te o período romano re-
publicano. A fala “Ecos
de mitos hispânicos
na obra de Ariano Su-
assuna”, da professora
Maira, abordou sobre
tratou das influências
cervantinas e da con-
figuração do persona-
gem pícaro no imagi-
nário de Suassuna.
No período da tar-
de, foi possível ouvir o
professor Dr. Germano
Miguel Favaro Esteves,
do Departamento de
História e a professora.
Dra. Carla Cavalcanti e
Silva, do Departamen-
to de Letras Modernas
da FCL/Assis. A fala
do professor, intitula-
da “O Imaginário Tar-
do Antigo e Medieval
em Ariano Suassuna”,
abordou a constituição
do imaginário tardo-
-medieval, sobretudo
as concepções de Bem/
Mal, Inferno/Purgató-
rio/Paraíso e como elas
sofrem atualizações na
Allan Diego de Souza
direção da Faculdade,
em que os diretores das
faculdades da UNESP
eram escolhidos por in-
dicação, e não por meio
de um processo justo
e democrático, as elei-
ções. Após a mudança
política no processo de
administração das fa-
culdades, os integrantes
da ABRAPSO da época
encontraram abertura
para a criação de um
núcleo em Assis.
Orientado pelos do-
centes Luis Carlos da
Rocha e Deivis Peres,
membros atuais do De-
partamento de Psico-
logia Social da UNESP
de Assis, o núcleo da
ABRAPSO cont r ibui
para a formação dos
ps icólogos mediante
discussões de cunho
político e social dentro
e fora da Faculdade,
ampliando os limites
da dimensão política de
sua ação profissional.
Fato ocor r ido
em 2016, durante o
processo de impeach-
maent da ex-presiden-
te Dilma Rousselff, foi
a participação ativa
do Núcleo de Assis
ao questionar a legi-
timidade do processo
político e seus efeitos
na política nacional.
Discussões ocorridas
em Assis estenderam
horizontes ao pedir,
aos demais núcleos da
ABRAPSO, um posicio-
namento a respeito dos
fatos políticos de agosto
do ano passado mos-
trando, por meio de dis-
cussões, a importância
de um posicionamento
político para a produção
da política social rela-
cionada à profissão do
psicólogo.
A parceria que a
UNESP/Assis tem com
a ABRAPSO favoreceu
a criação de um proje-
to cuja finalidade era
problematizar e discu-
tir o contexto político
nacional que influencia
não somente a profissão
do psicólogo, mas todos
os cidadãos brasileiros.
Tal parceria busca for-
talecer a formação do
psicólogo para uma atu-
ação em clínicas e em
outros contextos que
requerem do psicólogo
um comprometimento
político e social.
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