Jornal Nosso Câmpus - Ano X ed. 31 - maio e junho de 2017 - page 10

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LITERATURA E MODERNIDADE
Nosso
Câmpus
MAIO E
JUNHO/2017
cultura nordestina de
matriz popular. A pro-
fessora Carla, com o
tema “Diálogos com a
Idade Média em Rabe-
lais e Suassuna”, além
de relacionar, na obra
desses autores, a carna-
valização com base na
proposta de Bahktin,
contextualiza as influ-
ências do escritor fran-
cês François Rabelais
na obra suassuana e
assim conclui sua fala:
“[...] apesar da presença
das personagens-tipo
de Rabelais, na obra
de Suassuna, não tem
como discordar da ori-
ginalidade desse gran-
de autor brasileiro.”
Logo no início da
noite, as professoras do
Departamento de Li-
teratura da FCLAssis,
Dra. Sílvia Azevedo e
Dra. Sandra Ferreira
fizeram sua apresen-
tação. Em sua palestra
“O Diabo no teatro de
Gil Vicente e Ariano
Suassuna”, a professo-
ra Silvia abordando o
tema de sua disserta-
ção sobre o autor por-
tuguês Gil Vicente,
fez comentários sobre
as características da
personagem-tipo, o
‘diabo’, nas obras “O
auto da barca do in-
ferno”, do autor por-
tuguês, e “O auto da
compadecida”, de Su-
assuna. A professora
Sandra, sob o título
“Visagens (o messia-
nismo luso-sertanejo
de Ariano Suassuna)”,
relacionou o Sebas-
tianismo português
ao messianismo so-
cial nordestino apre-
sentado por Suassu-
na em suas obras. No
debate que seguiu às
palestras, o professor
Francisco confirmou:
“Ariano já dizia que,
em sua obra, o ‘diabo’
era a representação dos
coronéis e juízes, senho-
res opressores da classe
do pobre, então ‘João
Grilo’, com seu jeito um
tanto quanto de malan-
dro, consegue driblar as
opressões sofridas por
ele e por todos de sua
classe social”.
Para encerrar o even-
to, houve uma apresen-
tação da Leitura Dra-
mática do entremez de
“Torturas de um Co-
ração”, escrito por Su-
assuna, inspirado em
folhetos do cordel nor-
destino, com a atuação
do professor Dr. Sandro
de Cássio Dutra (Tea-
tro Fabricantes e Matu-
lão/Jornal Ruarada), do
professor Dr. Francisco
(Departamento de Le-
tras Moderna – FCL –
Assis) e de outros ato-
res.
1º ENCONTRO DE BRINQUEDOTECA NO HOSPITAL
REÚNE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS DO
HOSPITAL
Após duas décadas de atividade, evento alia memórias e experiências sobre a atuação na
Santa Casa
Na última sexta-fei-
ra (23), ocorreu nas de-
pendências da Faculda-
de de Ciências e Letras
de Assis, o 1º Encontro
de Brinquedoteca no
Hospital que contou
com a presença de alu-
nos da UNESP/Assis
e outras instituições,
profissionais da saúde
e professores responsá-
veis pelo estágio dentro
da brinquedoteca da
Santa Casa de Miseri-
córdia.
O evento foi dividi-
do em dois momentos:
de início compuseram
a mesa a professora
Drª Gisele Gonçalves
Melles de Oliveira, o
professor Dr. Mário
Sérgio Vasconcelos, a
enfermeira e supervi-
sora de enfermagem
da Santa Casa, Valé-
ria Marcelina Garcia,
o professor Dr. Jorge
Luis Ferreira Abrão e
a professora Drª Edna
Júlia Scombatti Mar-
tins. O tema foi “A
Brinquedoteca e sua
História: a potência
do brincar”.
Nessa ocasião, relem-
brou-se o início da prá-
tica dos estudantes de
Psicologia da Unesp\As-
sis no hospital que co-
meçou com uma sacola
de brinquedos levada
para dentro dos quar-
tos e leitos a fim de que
as crianças internadas
tivessem um momento
lúdico em meio ao con-
texto de hospitalização
vivenciado.
No início da atuação
dos psicólogos ainda
não existia a Lei 11.104,
que obriga todo hospi-
tal que tenha atendi-
mento pediátrico a ter
uma brinquedoteca
em suas instalações.
No entanto, com o
surgimento da Lei em
2005, foi confecciona-
da a Brinquedoteca
Móvel - carrinho em
que eram carregados
materiais e brinque-
dos para o entrete-
nimento da criança
- que facilitou a ativi-
dade dos estagiários e
deu melhores condi-
ções de brincar para
os usuários interna-
dos na Santa Casa de
Misericórdia.
Embasados por teó-
ricos da Psicologia que
estudam a infância e a
dimensão do brincar, os
participantes da mesa
deram um panorama da
experiência de interna-
ção vivida pela criança
e como um momento
de descontração pode
aliviar as angústias vivi-
das, pois “o brincar é um
veículo em que a criança
pode se expressar e que
ajuda a representar as
experiências que a crian-
Gabriel Alves Bezerra
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