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Nosso
Câmpus
dezembro/2012
UNESP oferece oportunidade
A UNESP/Assis oferece
intercâmbios que incluem
convênios como, por exem-
plo, com a África. O Progra-
ma de Internacionalização
da UNESP é coordenado
pela Assessoria de Relações
Externas – AREX e que se
propõe, segundo o diretor
da Unidade, Ivan Esperança
Rocha, a selecionar, divul-
gar, acompanhar e avaliar os
programas e oportunidades
acadêmicas internacionais
oferecidas por universidades
ou organizações estrangei-
ras, envolvendo principal-
mente docentes e alunos da
UNESP.
“Existem centenas de
convênios
estabelecidos
com entidades que permi-
tem o envio para o exterior
de docentes e alunos para
atividades de formação e
de pesquisa, assim como o
acolhimento de estrangeiros
nas atividades de formação
e de pesquisa, desenvolvi-
das em todas as unidades da
UNESP”, comentou Ivan.
De acordo com ele, alguns
convênios também permi-
tem a obtenção do duplo
diploma, ou seja, o diploma
da UNESP e da Instituição
Estrangeira.
“É uma atividade que
tende a se ampliar a cada
dia, mas que necessita de
um acompanhamento e de
uma avaliação permanente
em busca de seu aperfeiço-
amento. A cada ano são de-
zenas de alunos e professo-
res da UNESP/Assis que se
inscrevem nos programas de
internacionalização e deze-
nas de alunos e professores
estrangeiros que são aqui re-
cebidos, divulgando o nome
da UNESP/Assis em todo o
mundo”, observou.
Vensam Ialá está finali-
zando o 3º ano de Letras,
tem 23 anos e é de Guiné-
Bissau, um país da costa oci-
Nayana Camoleze
INTERNACI
dental africana.
Despojado, inteligente, de
personalidade marcante e
muito carismático, Vensam
contou ao JNC como foi sua
chegada ao Brasil.
“Meu sonho sempre foi
ser jogador de futebol, mas
não tive oportunidade de re-
alizar esse sonho; no entan-
to, para os estudos, surgiu
a oportunidade de estudar
em uma universidade aqui
no Brasil, que acabou sen-
do uma opção boa; estou no
Brasil há mais de dois anos e
meio; cheguei em 2010 para
cursar a graduação de Le-
tras. Quando saí da Guiné
estava no primeiro ano de
Direito em uma universida-
de de lá, e, depois que con-
segui a vaga para a UNESP/
Assis, larguei tudo e vim;
tive conhecimento do cur-
so, da faculdade e da cida-
de através da embaixada do
Brasil em Guiné, quando fui
selecionado pelo programa
de intercâmbio”, detalhou o
estudante.
Ele destacou que o Pro-
grama
de
Estudantes-
Convênio de Graduação
(PEC-G), criado oficial-
mente em 1965, oferece
aos estudantes de países
em desenvolvimento com
os quais o Brasil mantém
acordo educacional, cultural
ou científico-tecnológico,
a oportunidade de realizar
seus estudos de graduação
em Instituições de Ensino
Superior (IES) brasileiras.
O PEC-G é administra-
do pelo Ministério das Re-
lações Exteriores, por meio
da Divisão de Temas Educa-
cionais, e pelo Ministério da
Educação, em parceria com
Instituições de Ensino Supe-
rior em todo o país.
“O curso de Letras é fan-
tástico, pois é um dos me-
lhores de todo o país e o
Câmpus de Assis também é
ótimo, se souber aproveitá-
lo, pois os estudantes podem
usufruir de muitas vanta-
gens. A recepção aqui foi
muito boa e continua sendo;
fiz amizade tanto com o pes-
soal da Universidade, como
o da cidade, sempre muito
simpático comigo; a cidade
é ótima para estudar, apesar
de carecer de mais ambien-
tes de lazer, porém, é fácil
encontrar lugares bons para
uma boa comida brasileira,
que é o mais me importa”,
observou brincando.
Vensam contou que é bas-
tante persistente, e que gosta
de perseguir suas metas.
“Sou muito dedicado e
procuro ir até o fim em tudo
a que me proponho fazer;
sou também bastante tran-
quilo e, embora me conside-
rem sério, fato que discordo,
faço amizade com facilida-
de”, acrescentou.
Religioso, Vensam con-
tou também que é evangéli-
co e que visitou e conheceu
diversas igrejas na cidade.
“Sou religioso, evangélico,
mas gosto tanto de futebol
que, por vezes, troquei os
cultos pelos jogos. Por isso
fica fácil imaginar o quanto
amo esporte, em geral, e fu-
tebol em particular”, brincou
descontraído.
“Escolhi estudar a Lin-
guística por conta de uma
enorme carência nos es-
tudos em Crioulo, minha
língua materna, pois estou
desenvolvendo um trabalho
nessa área. Gosto também
de Literatura e pretendo de-
senvolver pesquisas sobre a
guineense”, adiantou.
JNC – Quais foram as
maiores dificuldades no
período de adaptação?
Vensam –
“Não tive gran-
des problemas ao me adap-
tar. Gosto de quase tudo da
cultura brasileira, que tem
forte mistura com a cultura
africana. Tive que me acos-
tumar com, por exemplo,
palavrões em ambientes di-
tos “sociais”, vistos com nor-
malidade, ao contrário do
costume da Guiné, o que me
causou muito estranhamen-
to; acredito que essa foi a
Vensam Ialá tem 23 anos, é
Foto: Nayana Camoleze
Foto: Nayana Camoleze
O estudante conta que não enfrentou grandes dificuldades em seu
período de adaptação
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