Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 559

de consciência para garantir o apoio do PMDB a Dilma Rousseff, Lula pode não ter
apenas humilhado e rechaçado o PT no Senado, mas conseguido o inverso do que
queria.” - Percebemos, então, que o sentido proposto pelo provérbio tem, nas palavras
de Schimiti, um efeito convergente com o texto em que está inserido, já que para
conseguir o poder pretendido [
os fins
], Lula coloca seu partido em uma posição
humilhante perante o Senado [
os meios
].
2.
Se ficar, o bicho come; se correr, o bicho pega
(6/11/09 – Eliane Catanhêde – “Nem
tão longe, nem tão perto”) - O provérbio está inserido no final do segundo parágrafo da
crônica, que trata das denúncias de desvio e de lavagem do dinheiro público contra o
senador tucano Eduardo Azeredo. No texto, a cronista questiona os financiamentos de
campanhas. O parágrafo no qual está inserido o provérbio inicia-se com a seguinte
constatação da cronista: “Se alguém contribui em aberto, com tudo declarado, está
sujeito à suspeição toda vez que se candidato votar em algum projeto [...] Mas se
contribuir por baixo do pano está sujeito à processo criminal”. Seguindo-se a esta
afirmação, o provérbio em questão. Mais uma vez percebe-se o efeito convergente dos
sentidos, pois tanto uma ação quanto outra podem prejudicar o doador em questão.
3.
O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde
(13/11/09 – Eliane
Catanhêde – “Apareceu a margarida”) - O provérbio finaliza o texto da cronista. Nele é
comentado sobre o apagão acontecido na época de sua publicação. A cronista comenta
que o governo prioriza o aparecimento da ministra Dilma Rousseff apenas para dar boas
notícias; quando o caso é de “apagões e abacaxis” Edison Lobão fica responsável por
elas: “Ela fica com o bônus; ele, com o ônus” – Portanto, o provérbio apenas recupera e
reafirma os sentidos do texto.
4.
Uma imagem vale por mil palavras
(4/12/09 – Ruy Castro – “Excesso de confiança”)
- O provérbio inicia o último parágrafo da crônica. Ela trata da facilidade com que as
pessoas são flagradas pelas câmeras na sociedade e, em seguida, da filmagem do
governador Arruda recebendo dinheiro e escondendo-o pelo corpo. É interessante com o
cronista usa do sentido do provérbio neste parágrafo trazendo a voz de Millôr
Fernandes: “mas tente dizer isso sem palavras”, num claro sentido divergente a ele. Em
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