Baltazar Gracián, em que se orientava a melhor maneira de se trabalhar com determinado
assunto num texto de nível superior e adequado aos preceitos da época.
As famílias, nessa época, eram leitoras de novelas de cavalaria, textos com caráter
moralizador, que visavam a convencer as pessoas do comportamento adequado e instruí-las de
como se portar social e politicamente.
O Período da Restauração fortalece o conceito de corpo místico, com a monarquia
absoluta (ou pura). Em Portugal, o absolutismo passou por várias fases do desenvolvimento
num sentido crescente do aumento de autoridade e concentração do poder nas mãos dos reis,
atingindo o seu auge no reinado de João V.
O Padre Antônio da Fonseca procurava retratar a realidade de seu tempo. O povo
era incapaz de se expressar adequadamente. Ser prudente significava seguir regras rígidas de
etiqueta, que permitiriam ao homem atingir todas as partes da virtude enumeradas por
Aristóteles como ideais: a justiça, a coragem, a liberalidade, a mansidão, a prudência, a
temperança, a magnificência, a magnanimidade e a sabedoria.
O gênero demonstrativo empregava a amplificação retórica. Fonseca empregava
esse modo de escrita para criticar o ser feminino, desaprovando seu comportamento ou elogiá-
la.
O poeta português era frade da Ordem de São Francisco, conhecida exatamente
pelo voto de pobreza e dedicação aos necessitados, uma contrapartida de sua vida como
Fonseca. Os poemas de frei António das Chagas encontram-se inseridos numa linha
gongórica, citados em quase todos os cancioneiros barrocos, nomeadamente nos dois mais
importantes, a
Fênix Renascida
(1716, 1728, 1746) e o
Postilhão de Apolo
(1761, 1762).
Escreveu nos mais diversos gêneros poéticos: sonetos, madrigais, romances, décimas, glosas e
dois poemas heróicos — “Mourão Restaurado” e “Canto Panegírico à Vitória de Elvas”.
A temática dos seus poemas centrava-se sobretudo na efemeridade da vida, nos
desenganos a que estamos sujeitos, mas também em assuntos de circunstância. Bastante
apreciado como poeta, atingiu também grande fama como pregador, devido ao modo pouco
convencional de pregar. Teatral e apaionado até no púlpito, chegava mesmo a mostrar
caveiras ao público ou a dar bofetadas em si próprio, desde que isso fizesse passar a sua
mensagem de uma forma mais clara. Os seus sermões, sem as agudezas do cultismo e
conceptismo, estão reunidos nos
Sermões Genuínos
(1690), embora as
Cartas Espirituais
(1ª
parte, 1684; 2ª parte, 1687) sejam consideradas a sua obra-prima. Composta por 268 cartas
escritas num estilo pitoresco, a obra dá a conhecer melhor o homem que em Lisboa era tratado
pelo singelo nome de “o fradinho”, e coloca-o entre os grandes cultores da prosa barroca.
