Os críticos impressionistas como, por exemplo, Medeiros e Albuquerque,
José Veríssimo e Nestor Vitor, utilizavam a linguagem como resultante de uma
solicitação de época, em que os escritores brasileiros, marginalizados pela evolução
histórica e social, registravam suas críticas nos trabalhos, mostrando suas opiniões, mas
não deixando de se sensibilizar com as matérias enfocadas, assumindo,
consequentemente, “a posição ‘superior’ da ironia e do ceticismo” (BARBOSA, 1974,
p.202).
Ademais, Medeiros e Albuquerque, sempre quando escrevia, revelava suas
convicções íntimas aos leitores, de forma a estabelecer e fortalecer os laços de
intimidade com eles. De fato, fazendo isso, mostrava saber que “a impressão pessoal é o
alicerce do trabalho crítico” (MARTINS, 1983, p.99).
Por ora, com sua peculiar sensibilidade, Medeiros revelou-se um conferencista
de renome, visto que sabia como ninguém manipular as emoções da platéia por meio de
textos bastante elegantes, que possuíam um estilo exuberante e com frequentes
conceitos exatos. Desse modo, suas conferências tornaram-se famosas no Rio de Janeiro
da época. Aliás, foi o próprio Medeiros e Albuquerque quem introduziu as conferências
remuneradas no Brasil, popularizando-as
No decorrer da vida, Medeiros e Albuquerque escreveu 4 livros de conferência:
O umbigo de Adão
,
Em voz alta
,
O perigo americano
e
O silêncio é de ouro
, sendo que
destes, o mais famoso e envolvente, sem sombra de dúvida, é o último citado.
Ao escrever
O silêncio é de ouro
(1916), obra composta por 7 conferências
literárias, Medeiros e Albuquerque utilizou uma tendência usual em seus textos, que é a
preferência por temas simples para, dessa forma, desenvolvê-los de forma bastante
elaborada, contudo. Essa estratégia o diferenciava de muitos conferencistas importantes
da época como, por exemplo, Coelho Neto, que preferia abordar temas mais eruditos.
Em relação à conferência “Dinheiro haja!”, o orador começou discorrendo sobre
a primeira impressão que tal expressão produz na mente do público, seja de forma
positiva ou não. Para tanto, afirmou: “E’ uma fraze. Tem o mérito de ser conciza,
deixando todas as suas conseqüéncias em uma vaga e prudente reticéncia...”
(ALBUQUERQUE, 1916, p.155-156).
Depois, com certa ironia, Medeiros e Albuquerque mencionou alguns grupos
sociais para depois enfatizar que o dinheiro sempre tem apenas um fundamento