Catálogo da Hemeroteca do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP) - page 336

Tan i a Reg i na de Luca (Or g . )
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por inspiração liberal de desacreditar que o domínio da imprensa e da produção cultural
devesse ficar sob o cunho centralizador do governo. Foi sob esse espírito que Júlio de
Mesquita teve a atitude – numa época em que proliferavam os suplementos – de dar livre
condição para Antônio Cândido e Décio de Almeida Prado estruturarem o
Suplemento
Literário
que, visando ser uma pequena revista de cultura, deveria alcançar o equilíbrio
entre a linguagem jornalística – sobretudo com as tendências norte-americanas de
valorização da notícia – e a erudita, sanando tanto os interesses dos leitores comuns
quanto do leitor culto. “O
Suplemento
constitui uma unidade autônoma de iniciativa e
organização”, afirma Décio de Almeida. Pelo menos em seus primeiros 10 anos – os que
contaram com a direção do mesmo –, era dada carta branca desde editor de arte – o
artista italiano Ítalo Bianchi – até os diversos colaboradores de peso. Também inaugura,
como afirma Antônio Cândido, no plano do
Suplemento Literário,
apresentado à direção
do “Estado”, uma fase de “remuneração-condigna do trabalho intelectual”. Durante a
ditadura implantada na década de 60, o
Suplemento
trabalhou com a autocensura. A
única vez que teve material vetado foi quando Leyla Perrone Moisés quis publicar uma
foto de Mao Tsetung conjuntamente com sua matéria sobre os intelectuais e a revolução
cultural. O artigo foi mantido sem intervenções. Apesar da autocensura, correu certa
tensão interior no
Suplemento Literário
, pois a maioria de seus colaboradores era de
esquerda e, apesar da direção do
Estado
não impor restrições ao
Suplemento
, era um
jornal de discurso em prol da “revolução progressista” dos militares. O
Suplemento
Literário
tem poucas alterações em seu período de existência, algumas ocorreram no
final da década de 60, começo da seguinte, quando Décio de Almeida Prado deixa a
direção do órgão para se dedicar à vida acadêmica e é substituído por Nilo Scalzo
(1966), professor da área de Letras e já com 13 anos de casa. Scalzo modificou algumas
características da diagramação, alterando o tipo de fonte do título do periódico,
acrescendo imagens dos livros resenhados na seção de “Resenha Bibliográfica”, e
aumentando o espaço da ilustração na primeira página; assim como os colaboradores.
OBS.:
O sétimo rolo dos microfilmes existentes no Cedap é composto pelo
Suplemento
do Centenário,
de 04 de janeiro de 1975 (nº 1) a 10 de abril de 1976 (nº 67), sob a
direção de Nilo Scalzo. Esse suplemento é um especial feito em comemoração aos cem
anos do
Estado
, caracterizado pela temática do centenário – traz diversas matérias que
discutem, por exemplo, os 100 anos de química no Brasil, os 100 anos de música
brasileira, etc. Também discute várias questões desde Literatura, História ou Política à
Química e Física. Sua aparência física apresenta o título
Suplemento do Centenário
.
Após uma linha, traz uma síntese do número em duas colunas centralizadas, ainda
ocupando o topo da página. É composto também por 06 páginas.
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