Ca t á l ogo da Heme r o t eca do Cedap
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propagandas, e na coluna “Fetiche”, totalmente voltada para a divulgação comercial de
produtos diversos.
DESCRIÇÃO:
A revista era feita de forma artesanal. Sua pretensão era ser um pequeno
periódico informativo, para circular na Zona Sul do Rio de Janeiro. A intenção era inovar o
perfil dos periódicos gays lançados no país, “que se baseavam quase que
exclusivamente no nu masculino, em contos eróticos e em correspondência amorosa/
sexual entre os leitores.” Investiu na ênfase em temas de cultura, comportamento e
moda; na discussão do que significa ser gay no Brasil; das posturas em relação ao
preconceito; e na busca por uma identidade unificada dos homossexuais. Seu
lançamento coincidiu com a dilatação do mercado e do marketing de produtos gays,
sendo possível perceber seu esforço por criar um mercado consumidor entre o público
homossexual, não somente para a revista, como para os produtos que divulgava. Mesmo
não sendo declaradamente militante de algum grupo político, a revista assumiu posição
de luta contra o preconceito de forma incisiva, sendo este seu tema mais recorrente. A
intenção de sua edição, como aponta Feitosa, no editorial do nº 1, “[...]é levar a cultura
gay de forma vibrante, inteligente, alegre, para fora dos guetos. Dar nossa contribuição,
oferecendo um jornalismo de qualidade, para que surja em breve uma consciência social
mais generalizada de que nossas semelhanças são maiores que nossas diferenças".
FONTE:
MONTEIRO, Marko Synésio Alves.
O homoerotismo nas revistas Sui Generis e
Homens
. Disponível em:
. Acesso em: 12
dez. 2012.