Ca t á l ogo da Heme r o t eca do Cedap
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casa, do marido, dos filhos; “Revelações da Escrita”, na qual leitores enviam cartas com
pseudônimo e o colaborador responde; “Estratégia Feminina”, com dicas, sugestões,
modelos para roupas a serem feitas, motivos, riscos, etc.; “Nossas Plantas e Nossas
Flores”, traz dicas de como cuidar de jardim. “Antes... / Depois...”, trata-se de um quadro
ilustrado de humor, geralmente satirizando a relação homem/mulher; “Discomania”, traz
comentários sobre música nacional e internacional; “Sucessos da Semana”, seção
publicada em alguns exemplares; “Capa”, de Maria Hamza-Lehel, com ilustração colorida
de uma mulher e descrição de sua roupa (geralmente a da estação); “Horóscopo”, com
previsão semanal para os signos; “Correio Científico da Beleza”, traz dicas para beleza;
“No mundo da Cozinha”, publica receitas culinárias; “Página dos Brotinhos”, destinada
mais especificamente às jovens, produzida por meio de várias colaborações de leitoras,
com dicas, sugestões, etc. “Última página”, com publicação sobre moda, carnaval, datas
comemorativas, bordados, etc. A publicidade aumenta com o passar do tempo e as
ilustrações também crescem nos informes publicitários.
DESCRIÇÃO:
O
Suplemento Feminino
é um periódico paulista destinado a um público
leitor feminino de classe média urbana que vivia o entusiasmo dos “anos dourados”.
Neste período (1958/1963), nota-se relativa liberdade (em razão da queda de Vargas e
das ideias democráticas crescentes), mas essa liberdade não promove grandes
mudanças na relação homem/mulher, o que fica bastante explícito na temática do
periódico: temas limitados ao mundo da “rainha-do-lar”, que precisa cuidar do marido, dos
filhos, da casa. O periódico acaba por expor essa submissão da mulher ao homem,
consagrada pelo Código Civil e vista como necessária para a sociedade quando lhe dá
dicas e suporte para cuidar do lar e evita notícias “persuasivas”. Ao mesmo tempo que o
periódico encobre conflitos e legitima a desigualdade entre os sexos, pode-se perceber
alguns fragmentos de posição contrária, já que o suplemento precisa ser amigo da
mulher (para vender e lucrar) e entender seus conflitos e argumentações.