Page 72 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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Criou-se, assim, um vínculo entre essas unidades e as comu-
nidades locais, dando a esse conjunto uma feição própria a ponto de
identificar essas escolas com o interior do Estado, marca que con-
servam até hoje. Para os Institutos Isolados foram 18 anos de vida
autônoma que os 32 anos da Universidade ainda não conseguiram
assimilar totalmente. Assim, nesta fala, quero hoje dedicar-me ao
relato desses 18 anos tratando especificamente do Curso de História
de Assis.
Nessa primeira etapa deparamos com a Faculdade de As-
sis, e seus primeiros cursos: inicialmente o curso de Letras, de-
pois História, Psicologia e Filosofia. No caso particular do Curso
de História, criado em 1963, os primeiros momentos foram muito
marcados pela influência formadora dos primeiros docentes, em sua
quase totalidade procedentes da Universidade de São Paulo. Nesses
primeiros anos não havia ainda concursos e a composição do corpo
docente se fez na forma de convites. Em geral as solicitações eram
feitas aos professores da Universidade de São Paulo, que acabavam
por indicar seus orientandos. Assim, esses primeiros grupos eram
procedentes da USP, e apresentavam grande afinidade com os en-
sinamentos dos mestres da Historiografia francesa, valorizando a
pesquisa documental, reafirmando o vínculo entre ensino e pes-
quisa. Ainda que o objetivo inicial desses cursos fosse a formação
de professores, desde o início, ficou estabelecida, como princípio, a
vinculação da docência à pesquisa, mesmo que a pesquisa se man-
tivesse como uma atividade individual do docente e seu tema não
fosse necessariamente o mesmo de suas aulas, estava implícito no
exercício da docência um incentivo à pesquisa, sendo os estudantes
iniciados nesse caminho.
A origem comum dos docentes não conduziu à formação
de uma “escola”. Havia uma certa autonomia didática e de pesqui-
sa, não revelando uma perspectiva única. Ainda não se falava em
linhas de Pesquisa” e as propostas teórico-metodológicas eram
muito individualizadas, muito permeáveis aos modismos da época,