Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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dorismo que vicejava nas Letras.
Para que pudesse tentar levar a bom termo os elevados ob-
jetivos buscados interna e externamente, o corpo de professores
universitários nacionais e estrangeiros socorreu-se da tradição, da
bagagem e da informação da tendência cosmopolita e urbana da
cultura européia, assimilada e ajustada historicamente a nossa re-
alidade, tendência que não só moldou essencialmente as formas de
expressão da formação brasileira, mas também tem sido difundi-
da, oficialmente, pela educação, na modalidade de cultura erudita.
O sociólogo José de Souza Martins conseguiu descrever, de forma
sintética e precisa, sua difusão a partir da universidade até os níveis
mais baixos do ensino, mostrando como ela plasma todo o tecido
social por meio do processo formador emanado da universidade.
Para o meio acadêmico - escreve ele -, impregnado do
ideal republicano que começou a vingar com a forma-
ção de nossas universidades públicas, em particular a
USP(...), a cultura erudita deveria ser desconcentrada
e chegar até a massa do povo e da população pobre.
A criação da Faculdade de Filosofia teve por objetivo
preparar os docentes que levassempara o ensinomédio
o saber e a visão de mundo que se cultivava e difundia
na universidade. E no ensino médio, nas escolas nor-
mais, seriam preparados os professores que levariam
esse saber para as escolas primárias do campo, para os
ricos e para os pobres. Na cultura acadêmica criou-se
e difundiu-se a concepção do dever de corrigir e en-
sinar, expressão de uma grande esperança pedagógica
na missão emancipadora e libertadora do educador.
*
No reforço da cultura erudita, no esforço de renovação dos
*
MARTINS, José de Souza. Ignorância, sabedoria e nhenhenhém.
O
Estado de S. Paulo,
02.12.2007.
