Page 122 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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ção – espécie de Vice-Diretor naquele tempo –, com o beneplácito
também do pessoal de Letras, que queria o nosso crescimento. O
Instituto Isolado iria crescer com os esforços conjuntos. Logo em
1966
seria fundado o curso de Psicologia e depois Formação de Psi-
cólogos. Cinco anos de duração e seguindo os passos de Letras e
História. Almejávamos crescer mais. Raciocinando em termos de
uma Faculdade de humanidades começaram os esforços e estudos
para a criação de umCurso de Filosofia. Nilo foi peça importante na
montagem do Curso. A vinda do UlissesTeles Guariba (inteligente
e carismático, foi Diretor da ADUNESP e quase Prefeito de Assis),
mais a do Paulo Roberto Moser, consolidariam mais um projeto.
Grandes pensadores em fase inicial e ex-dominicanos discordantes
da ditadura tiveram abrigo na FAFIA. Foi a época de alguns convi-
dados conferencistas como João Manoel Cardoso de Melo (“O ca-
pitalismo tardio...”) e Fernando Novais chamarem nossa Faculdade
de “Sorbonne do Sertão” em jocosa expressão, mas com admiração
verdadeira pelo alto nível intelectual e atuação política anti-ditato-
rial, nossa marca maior, e claro, com algumas tristes decepções. De
Paris para Assis vieram e foram, de fato, alguns dos nossos docen-
tes. AUSP, principalmente, fornecia quadros para Assis. Do Rio de
Janeiro também vieram professores atuantes. Poderia citar muitos
desses nomes que me vêm à mente, mas tomo o cuidado por omis-
sões importantes em narrativa livre sobre minha história de vida.
Devo salientar que o nosso câmpus nunca foi provinciano. Pela
qualidade da formação dos professores e pela mobilidade, nosso
câmpus sempre esteve representado em eventos nacionais e inter-
nacionais. Como desdobramento, nosso corpo discente também era
de ótimo nível crítico e participativo na vida nacional, como bem
relatou o Professor Tozoni.
Pessoalmente, minha trajetória continuava em ritmo acele-
rado. As coisas boas iam fluindo normalmente. Aulas, pesquisas,
carreira e integração total na vida universitária. Meu contato com
a USP jamais cessou. Com o pessoal de História eu me encontrava