Page 120 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
120
de Centros de Estudos Históricos nacionais, tinha ótima interlocu-
ção. Havia em todos do Departamento uma excelente cooperação,
espírito de equipe e companheirismo. Era uma questão de honra
equipararmo-nos ao conceituado Curso de Letras.
Em 1969, inscrevi-me e consegui uma bolsa para pesquisar
em arquivos de Lisboa da Fundação Calouste Gulbenkian para re-
alizar pesquisas, visando à elaboração do mestrado. Não posso ser
ingrato e omitir o reconhecimento pelo empenho do então orienta-
dor Professor Nunes por essa nova experiência. Também cercada
de aventura, pois levei comigo, para permanecer por seis meses em
Lisboa, minha esposa e os dois “miúdos” (como se diz em Portu-
gal). Pude conhecer Joel Serrão e Vitorino de Magalhães Godinho,
grandes mestres portugueses. Conheci também, commuito carinho
dos familiares, o local de origem de meus ascendentes paternos, al-
deões de Portelo de Cambres – entre Lamego e Régua, no Douro.
Foi uma experiência maiúscula humana e de trabalho. Recebemos,
em apartamento de um cômodo, grandes personalidades brasilei-
ras como Carlos Mota, Cida Santilli, Rolando Morel Pinto e espo-
sa, para comerem arroz com feijão. Nos arquivos eu chegava às 9
da manhã, ainda escuro, no inverno, e saía às 17, quando fechava.
Copiei vasta documentação, pois não era permitida a reprodução,
naquele tempo salazarista, por microfilmes ou fotocópia. No final
do período, com verba da FAPESP, logrei fazer cópia de alguma
documentação (hoje no CEDAP, depois do uso acadêmico que fiz).
De volta a Assis, retomei minhas aulas, pesquisa e redação
do Mestrado que iniciara no ano anterior. Ficara em nossa casa o
Professor Arnaldo Daraya Contier, reforço para a disciplina de His-
tória do Brasil, que me substituiu nas aulas pelo que lhe sou grato.
Em fins de 1969 defendi o mestrado na USP sobre a legislação eco-
nômica do Marquês de Pombal para o Brasil. Logo após havia uma
verba do Câmpus para uma só publicação. Seria o meu mestrado ou
o número 1 de um projeto do Departamento, os
Anais de História
.
Membro do projeto e na chefia, meu voto foi pela publicação coleti-