Page 117 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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gui a generosa adesão de minha companheira. Enviei meu currículo
de recém- formado ao Departamento de História de Assis e fui cha-
mado ao final do Primeiro semestre de 1965.
Não foi difícil fazer a mudança dos poucos móveis. Em me-
ado de um friorento julho viemos para Assis, “de mala e cuia”. Alu-
gáramos uma casa e logo na nossa chegada o frio começava a passar.
Recebemos a visita do Assistente de Direção José Carlos Garbuglio
e sua esposa Marinela. E nos dias seguintes fomos conhecendo o
pessoal de Letras, de História e alguns funcionários. O calor huma-
no foi importante. Começávamos um período de adaptação que o
passar do tempo ajuda a superar. Vida nova, muitos desafios!
Fui contratado como Instrutor (equivalente hoje a Auxi-
liar de Ensino) na disciplina de História do Brasil, para substituir
o Regente (hoje cargo de Titular) já com livro publicado na Cole-
ção Brasiliana e fundador do Curso de História de Assis, Professor
José Ferreira Carrato. Nilo Odália que também veio com sua fa-
mília para Assis foi contratado como Regente, pois tinha publica-
ções e formação cultural de alto nível. Nunca conseguirei expressar
o quanto aprendi com esse colega e amigo enquanto profissional e
como erudito humanista, além de possuidor de uma ilibada ética. O
Curso de Letras, bem consolidado e modelar, era o parâmetro para
o de História que iniciava o seu quarto semestre. Ambos, com seus
docentes, discentes, os servidores técnico-administrativos e biblio-
tecas cabiam confortavelmente no Prédio I. A vegetação original
que até hoje é, em boa parte, conservada, emoldurava a construção,
que pelo seu estilo notável já era catalogada em revista especializa-
da.
O receio de ministrar um curso universitário por primeira
vez deixava-me tenso, o que me levava a estudar muitas e muitas
horas para preparar as aulas. Os receios foram se dissipando em vir-
tude de colegas generosos e experientes que conheci no Departa-
mento. Jamais sairá da minha lembrança o apoio que senti de alguns
colegas como Virgílio Noya Pinto, Manoel Lelo Bellotto, Heloísa