Page 116 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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sis da disciplina de Introdução aos Estudos Históricos. Éramos co-
muns freqüentadores do grande mestre e amigo, Fernando Novais.
Essa grande personalidade acenava com as possibilidades do ensino
superior não só para mim como para o Professor Nilo Odália (que
eu conhecia de pesquisas no Museu Paulista).
Minha vinda para a então FAFIA (Faculdade de Filosofia
de Assis) deu-se no ano de l965, após conclusão do curso de gra-
duação em História na USP. Tal decisão, entretanto, não ocorreu
sem grandes vacilações e convencimentos de vários tipos.Vivia meu
segundo ano de experiência no magistério secundário e já era casado
e tinha dois filhos. Além disso, estava na especialização da USP e
tinha convite em turno parcial para o Departamento de História da
mesma universidade. Minha família e de minha esposa Claudete
moravam em São Paulo. Assis seria uma grande novidade em nos-
sas vidas. Era Diretor, naquele ano, sucedendo a Antonio Soares
Amora, o Catedrático de Língua e Literatura Espanhola Julio Gar-
cía Morejón. Dinâmico e carismático convidou-me e à minha espo-
sa, para uma entrevista em seu escritório. Seus argumentos para eu
concorrer a uma vaga docente na FAFIA incluíam as vantagens de
tempo útil para estudo em cidade pequena e me garantia o regime
de trabalho em Tempo Integral. Dava ênfase ao ambiente de exce-
lência por onde havia passado Antonio Candido, entre outros, e a
possibilidade de uma carreira universitária voltada à docência e à
pesquisa. Convenceu Claudete pelas facilidades da vida doméstica
e ambiente saudável para as crianças e, enfim, pela oportunidade de
bom futuro que tal decisão nos iria proporcionar. Essa entrevista foi
decisiva pelo entusiasmo e confiança passados. Não posso deixar de
lembrar, igualmente, o Professor Eduardo D´Oliveira França que
era nosso mestre e amigo e que nos aconselhava nessa mesma linha
de argumentos, acrescentando a importância de colaborar para a
construção da vida universitária no interior do Estado. E eu jamais
imaginara tão grande perspectiva. Ser professor secundário já era
muito para um filho de pedreiro. Inflei-me de entusiasmo e conse-