Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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torno das eleições diretas para a presidência da República que, em
1984,
culminou no movimento conhecido como “Diretas-Já”, que
levou milhares de pessoas às ruas em todo o país.
Essa profunda sintonia com a história faria com que a Fa-
culdade e o Curso de Psicologia, em particular, respirassem profun-
damente também os ares dos tempos de menor turbulência social,
científica e cultural. Dos anos 90 em diante foi possível detectar
sinais de mudanças acentuadas, poderíamos dizer paradigmáticas.
Acompanhando a tendência geral da universidade e, quiçá da era
pós-guerra fria, o ambiente universitário se tornou menos virulen-
to, menos afeito ao debate, à polêmica, à crítica radical e ao ativismo
político e cultural.
O Curso de Psicologia de Assis, de reforma em reforma
curricular, foi aumentando a carga horária, acrescentando mais
afazeres a alunos e professores e aprofundando a formação técnico-
profissional. O ritmo de trabalho de professor e aluno aumentou
consideravelmente; o Xerox se impôs como ferramenta pedagógica
principal, posteriormente, os recursos de informática assumiram
esse lugar e se instalou uma mentalidade produtivista, tendo o mer-
cado de trabalho como referência maior.
Nesse mesmo processo, aquele burburinho de corredor, as
salas de aula superlotadas e a presença maciça na biblioteca foram
sendo substituídos por imagens cinéticas de trânsito pelos corredo-
res, de salas de aula ocupadas como lugares de passagens rápidas e
tantas outras correrias que assolam professores e alunos. As salas de
trabalho dos docentes também registraram tais mudanças do tem-
po: outrora lugar de animadas discussões e de leitores atentos onde
se podia ouvir sons de máquinas de escrever, agora são tomadas por
telas iluminadas de computadores com exímios digitadores à sua
frente, tão fascinados pela ofuscante luz que mal se apercebem do
que está à sua volta.
Outra cena se destaca e marca esse lugar atualmente. Sale-
tas onde professores, com seus estagiários, se comprimem para a
