CATÁLOGO DE LITERATURA PORTUGUESA
Drª. Rosane Gazolla Alves Feitosa
Departamento de Literatura
O catálogo “Literatura Portuguesa”, produto de pesquisa de Bolsa de Iniciação Científica, desenvolvida em 2003, pela aluna Elisa dos Santos Prado, do curso de Letras, financiada pela FAPESP, sob minha orientação, sob o título “A recepção crítica e literária de literatura portuguesa em O Estado de São Paulo:1912–1922”1
Tem por objetivo: a) verificar a recepção crítico-literária de literatura portuguesa em um periódico formador de opinião - O Estado de S.Paulo, no período de 1912 a 1922, em um momento em que o eixo sócio-econômico-cultural se desloca da cidade do Rio de Janeiro para São Paulo; b) contribuir para a construção da história literária luso-brasileira.
Tais objetivos se justificam por ser o referido período uma etapa do Pré-Modernismo brasileiro2 que, para a maior parte dos críticos foi um momento de continuidade das estéticas européias, em que se destaca a literatura portuguesa da segunda metade do século XIX. Também de ruptura, esse momento é representativo na medida em que se evidencia o enorme esforço despendido por parte de um grupo da intelectualidade brasileira, para tentar compreender o Brasil, procurando problematizar a sua realidade sócio-cultural.
Para o professor e crítico literário, Antônio Cândido: “[…] a literatura brasileira no século XX se divide em três etapas: a primeira vai de 1900 a 1922, a segunda de 1922 a 1945 e a terceira em 1945. […] sob esse ponto de vista o século literário começa para nós com o Modernismo. Para compreendê-lo, é necessário partir de antes, isto é, da fase 1900 – 1922” 3
A literatura da fase pré-modernista manifesta-se, sobretudo, na atividade dos profissionais liberais, nas revistas, nos jornais. Nesse período, destaca-se o jornal O Estado de São Paulo, como um dos principais intermediadores da produção literária e da vida sócio-política paulista.
Sendo esse um momento de transição, a análise dos textos de literatura portuguesa no jornal O Estado de São Paulo nos revelaria aspectos interessantes e relevantes que colaborariam para a construção da cultura nacional desse período.4
Em vista disso, visamos contribuir, juntamente com pesquisas que abordam outros aspectos no mesmo período, com a história da literatura luso-brasileira verificando, especificamente, a recepção crítica e literária da literatura portuguesa no periódico OESP.
Na medida em que o periódico, ao publicar textos literários e trazer a literatura e sua crítica ao grande público, desempenha o papel de interlocutor da obra literária, pois o periódico “supõe um diálogo idealista entre texto e texto, num universo onde tudo é texto e cada texto, tão-somente a soma de outros textos, como se um texto pudesse falar a qualquer época, sem a interferência dos leitores.” 5
Notas:
- Há outro projeto sobre este mesmo tema, do período de 1900-1911. Desse modo, a recepção da Literatura Portuguesa poderá será avaliada durante todo período Pré-modernismo brasileiro.
- Como aponta Bosi: “Creio que se pode chamar pré-modernista (no sentido forte de premonição dos temas vivos em 22) tudo o que, nas primeiras décadas do século, problematiza nossa realidade social e cultura.” (História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970. p. 343).
- Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 4.ed.rev. São Paulo: Nacional, 1975. p.112
- Verificar comunicação da profª Rosane G A Feitosa divulgada no VIII Congresso ABRALIC, 2002, Belo Horizonte
CATÁLOGO
Catálogo de Literatura Portuguesa - 1912 - 1913
Título: Sarau Vicentino
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, n.º 12.108, 09 fev. 1912, p. 2
Conteúdo: Sarau realizado em honra a Gil Vicente, no teatro da República, que contou com uma conferência acerca das obras do referido autor e da arte em geral, acrescido da leitura de alguns trechos de suas composições. Incluiu também a leitura de trechos de Camões e um vilancete de Rodrigues Lobo. Destaca-se a presença do presidente da República e do Conselho.
Descritores: Portugal; Gil Vicente; Lopes Vieira; Augusto Rosa; Ferreira da Silva; Chaby; Aura Abranches; Adelina Abranches; Rodrigues Lobo; Angela Pinto; Literatura Portuguesa.
Notas: OBRAS CITADAS: Todo o mundo e ninguém; Auto da barca do inferno; Monólogo do Vaqueiro; Pranto de Maria Parda; quadras populares. Matéria publicada na coluna “Notícias da Europa”.
Título: sem título
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.118, 19 fev. 1912, p.3
Autoria: Sílvio de Almeida
Conteúdo: Sobre a dedicação de Lindolpho Gomes ao estudo da questão histórico-literária, no qual debate o problema da autoria das Trovas de Chrisfal, que atribuiria a Bernardim Ribeiro e não a Christóvam Falcão. Lindolpho pede a opinião de Sílvio de Almeida sobre o assunto, o qual discorre sobre a questão expondo as contradições que já cerceavam vários críticos. Argumenta as diferenças e semelhanças existentes entre Chrisfal e Bernardim recorrendo a exemplificações com trechos poéticos.
Descritores: Homero; Dante; Lindolpho Gomes; Christóvam Falcão; Bernardim Ribeiro; Ferrara; Raul Soares; D. José Pessanha; Manuel Faria e Souza; Diogo Barbosa Machado; Alão de Moraes; D. Antônio Caetano de Souza; Camilo Castelo Branco; Teófilo Braga; Ovídio Lucrécio; Guillade; Literatura Portuguesa; Sílvio de Almeida; Pré-modernismo; Delfim Guimarães; Sílvio Romero; Diogo do Couto; Antônio dos Reis; Maria Brandão; Anselmo Braancamp Freire; Camões, Job; Rostand, Simões Dias; Carolina Michaelis
Notas: Trovas de Chrisfal, Menina e Moça, Cancioneiro de Resende; Memento do Cancioneiro de Resende; Cyrano; Chantecler (de Rostand); Saudades Judia (Thomaz Ribeiro) Esparsas Sextinas. Matéria publicada na coluna “Divagações”.
Título: Gomes Leal
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.509, 19 mar. 1913, p.3
Autoria: Doutor Betencourt Rodrigues
Conteúdo: Transmite-se a deplorável situação do poeta Gomes Leal, que na mocidade glorificou Portugal e na velhice foi esquecido. Escrita em tom de indignação, remete-nos a vários aspectos da vida do poeta, dando especial atenção para a conversão do poeta após a morte de sua mãe, quando começaria a contrariar e abjurar seus escritos e poemas contra Cristo e a Igreja. A crônica é elucidada com uma série de exemplos de alguns de seus sonetos que versavam sobre os temas da maternidade, comparando-o à Verlaine, à oposição à Igreja e ao misticismo panteísta. As sátiras do escritor foram os mais certeiros panfletos de propaganda republicana; obras que, em conjunto, com seu lirismo, revelaram o talento e a combatividade, características do poeta. Em 1867, Gomes Leal publicou, em folhetins, na Revolução de Setembro, seus primeiros versos. Inspirou-se em autores franceses, mas não perdeu a individualidade, pois utilizou uma linguagem de efeitos singulares, novas fontes inspiradoras e novos motivos de emoção. Era considerado uma das quatro supremas glórias da poesia portuguesa. Apesar disso, no Brasil, acreditava-se que fosse pouco conhecido, haja vista que não foi nenhum agitador político nem um revolucionário da literatura. Ainda assim, o Doutor Betencourt finaliza a crônica pedindo aos brasileiros que prestem uma homenagem ao genial poeta como testemunho da comoção pela situação que passava.
Descritores: Língua Portuguesa; Leconte de L'Ile, Guerra Junqueiro; Pré-modernismo; Eça de Queiroz; João de Deus; Gomes Leal; Jesus; Betencourt Rodrigues; Paul Verlaine; Cristo; Brunetière; Bourget; Anatole France; Baudelaire; Orfeu; Antero de Quental; Banville; Léon Dierx; Satã; S. Jerônimo; S. Thomaz.
Notas: Claridades do Sul; sonetos Miserere mel e Os Deuses mortos; Carta ao Bispo do Porto; Traição; Anti-Cristo de Gomes Leal; Flores do mal de Baudelaire, Revolução de Setembro; A Relíquia;,conto "A morte de Jesus", de Eça de Queiroz. Cita-se como coincidência o fato de que em 1867, Eça de Queiroz estreara no folhetim do jornal Revolução de Setembro com o conto "A morte de Jesus", que mais tarde se avolumaria em vários capítulos de A Relíquia.
Título: Fialho de Almeida
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, Nº12. 527, 6 abr. 1913, p.1
Autoria: Lobo d ‘Ávila Lima
Conteúdo: Em homenagem aos dois anos da morte de Fialho de Almeida, traça-se um breve artigo sobre o autor, mais um dos grandes homens esquecidos por Portugal. Refere-se a seus atos de bondade, sua educação literária, moldes de sua prosa, muitas características e o despertar para o mundo das letras ocorrido numa aprendizagem de farmácia. Despertou o desprezo e o ódio daqueles cujos erros ou mediocridades retratava com justiça em sua sátiras. Criticado por não deixar obra apreciável em tamanho e por usar plebeísmos numa linguagem considerada suja. Como o escritor discordava de tais opiniões, defendia sua personalidade artística e filosofia literária (atitudes exemplificadas com palavras do próprio escritor no decorrer do artigo). Lobo d' Ávila Lima pretende possibilitar o contato póstumo com as páginas inéditas ofertadas para as colunas de O Estado de S. Paulo,por A. M. Teixeira, amigo e testamenteiro literário de Fialho de Almeida.
Descritores: Shakespeare; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Fialho de Almeida; Lobo d'Ávila Lima; A.M. Teixeira
Notas: Ceifeiros; “Violonista Sérgio num café da Mouraria...”; País das uvas; Os Gatos; Barbear e Pentear; Saibam quantos... de Fialho de Almeida.
Título: O funeral do grande escritor
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 13.454, 24 out. 1915, p. 3
Autoria:
Conteúdo: Descrição do funeral e enterro de Ramalho Ortigão. Cita-se os presentes e a transcrição do discurso lido pelo Sr. Lopes de Mendonça, representando a Academia de Ciências de Lisboa, da qual Ramalho era membro. O discurso ressaltava a sátira e a ironia contidas em As Farpas, além do passado artístico do autor seu nacionalismo e campanha literária.
Descritores: João Goulart; Augusto Rosa; Antônio S. Franco; Martins de Carvalho; Achiles Machado; João Franco Monteiro; Joaquim Leitão; Melo Breyner; Manuel de Bragança; Ferreira da Silva; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Ramalho Ortigão; Pedro Gusmão; Bernardino Machado; Rodrigo A. Pequito; Silva Amado; Pina Vidal; Henrique Lopes de Mendonça; Firmino do Vale; Paula Pacheco; Urbano Rodrigues; Belfort Ramos; Rangel de Lima; Nogueira Pinto; José Antônio de Freitas; Silveira Viana; Terra Viana; Carlos Roma du Bocage; Alfredo da Silva; D. Luiz de Castro; José Augusto Moreira de Almeida; Aníbal Soares; Eduardo Schwalbach; João do Amaral; Columbano Bordalo Pinheiro; Simões de Almeida; Antônio de Oliveira Belo; João Ourique
Notas: As Farpas
Título: Camões
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 13.682, 10 jun. 1916, p. 3
Autoria: Manuel Leiroz
Conteúdo: Refere-se aos fados e às biografias de Camões que são freqüentemente deturpadas. Aponta-se também a incoerência existente na apreciação ao poeta com comemoração de explosões de festas seguidas de esquecimento. A respeito de sua biografia remete-se à provável paixão que Camões nutria por Caterina de Ataíde. Sentimento que o levou a ser exilado por quatro vezes e preso por mais ou menos um ano, após ter se vingado do rival Ruy Borges, o qual casara-se com Caterina. O poeta dedicava versos a ela, que mesmo casada, seguia tendo Camões como um namorado distante e galante. No entanto, a jovem morrera de arrependimento e teria inspirado o lírico a escrever o soneto 'Alma minha gentil que te partiste". Alude-se, ainda, ao alistamento de Camões como soldado, ao roubo da coleção de versos líricos intitulada Parnaso e ao auxílio de d. Francisca de Aragão para que Os Lusíadas fossem impressos mesmo numa época em que não foi reconhecido como produto de um gênio representando uma nação; gênio que morreria em 10 de junho de 1580.
Descritores: Luiz Vaz de Camões; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; D. João III; José Agostinho de Macedo; Caterina de Ataíde; Manuel Leiroz; Antônia Berredo; Simão Vaz de Camões; d. Francisco Coutinho; d. Francisca de Aragão
Notas: Besta esfolada de José Agostinho de Macedo; Os Lusíadas; “Alma minha gentil que te partiste” Parnaso Lusitano de Camões.
Título: A poesia portuguesa
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, Nº12.528, 07 abr.1913, p.4-5
Autoria: João Grave
Conteúdo: Refere-se ao sentimento poético do povo português, que tem a necessidade espiritual de exprimir suas sensações aspirações, idealismos e ansiedades por meio da forma poética. A poesia contribui para a formação de estados de alma especiais; o ritmo não exige concentração profunda e o verso não obriga a pensar, mas agradam aos ouvidos e à inteligência pela harmonia interior. Apesar do sucesso da poesia épica em Portugal, destaca-se também a poesia lírica. Essa modalidade surgiu como reação ao ascetismo da Idade Média e utiliza-se de maior individualidade, exprimindo o mundo interior, enquanto que a epopéia representa a natureza em sua complexidade. A matéria discorrerá sobre o Classicismo, Romantismo, Parnasianismo, Simbolismo e Decadentismo, apontando ligeiramente algumas de suas características, apogeu e decadência contrapondo as escolas entre si. Retornando à temática da poesia, atribui-lhe o dom da evocação ao utilizar as mesmas palavras com ritmos diferentes, ocasionando diferentes dons evocadores. Atentará para o movimento poético lusitano da época, o qual era inteiramente lírico, procurando exteriorizar um estado de espírito e que contava com admiráveis poetas. Dentre esses poetas cita-se Júlio Brandão e seu livro recém concluído Nuvem de oiro, no qual expressa o sentimento de raça ao representar o povo português pela emoção e essência da poesia. Será com um breve comentário acerca do referido livro que João Grave terminará a resenha ressaltando a feição moderna da poesia ali contida.
Descritores: Stéphane Mallarmé; João de Barros; Guerra Junqueiro; Augusto Gil; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Afonso Lopes Vieira; Goethe; João Grave; Victor Hugo; Gomes Leal; Paul Verlaine; Júlio Brandão; Max Nordau; Jean Moréas; Gustave Kahu; Francis Viele-Griffin; Antônio Nobre; Antônio Correia de Oliveira; Eugenio de Castro
Notas: Os Lusíadas de Camões; Sagesse de Paul Verlaine; Nuvem de oiro de Júlio Brandão.
Título: sem título
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.528, 07 abr.1913, p.5
Autoria: Santo Thyrso
Conteúdo: A propósito do livro Cousas de Agora de Maria Amália Vaz de Carvalho constituído de melancolia e saudade, mesmo por meio das ironias e alguns sarcasmos e que pôde revelar a Santo Thyrso o quanto as mudanças agem sobre os homens. Tratava-se de uma personalidade igualmente conhecida no Brasil e em Portugal e que se destacava pela flexibilidade de espírito, adaptabilidade do pensar, brilho e vivacidade de estilo rico e fácil, graça e fantasia. A escritora era viúva de Gonçalves Crespo. Após a morte de seu marido, sem fortuna pessoal, trabalhou para viver e educar seus filhos e transformou a sala de sua casa num salão literário, que contava com presenças ilustres e inteligentes numa reunião de sábios e escritores. Era considerada um dos mestres modernos da língua portuguesa.
Descritores: Olavo Bilac; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Maria Amália Vaz de Carvalho; Santo Thyrso; Eduardo Prado; Gonçalves Crespo
Notas: Cousas de Agora de Maria Amália Vaz de Carvalho; Noturnos de Gonçalves Crespo; A resposta do Inquisidor quadro de El rei D. Carlos.
Título: Divagações
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.535, 14 abr.1913, p.2
Autoria: Sílvio de Almeida
Descritores: Santa Isabel; Teófilo Braga; Literatura Portuguesa; Sílvio de Almeida; Pré-modernismo; Victor Hugo; Alighieri; Tristão; Isolda; José Bédier; Paris; Júlio César; D. Dinis de Portugal; Godofredo de Estrasburgo; Maria de França; Rei Marcos
Notas: Tristão e Isolda, Notre Dame de Victor Hugo; Romance do Conde Nilo; Cancioneiro de Garrett; Conde Ninho na Antologia de Teófilo Braga.
Título: Simbolismo e Simbolistas
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.533, 02 mai.1913, p.4
Autoria: Dr. Betencourt Rodrigues
Conteúdo: Debate a estética simbolista a qual se opõe ao Romantismo francês de 1830 e se filiou em parte ao Romantismo alemão. A matéria discorrerá primeiramente sobre as distinções entre o Romantismo francês e o alemão destacando em seguida o Simbolismo. Os simbolistas lutam pela defesa da estética, opondo o idealismo e o intelectualismo dos românticos ao positivismo dos parnasianos e realistas, culminando no individualismo subjetivo e transcendente e na intuição. Fichte e Bergson são os filósofos a cujo pensamento obedece a estética simbolista. O primeiro cultivava a teoria do idealismo subjetivo, na qual só o Eu é real e nada existe senão por efeito da atividade; o real é concebido como idéia. Bergson excede a compreensão; os simbolistas se interiorizam no objeto, penetrando na essência mesma por uma espécie de intuição ou simpatia intelectual. O mundo é produto de nossos sentidos e inteligência, a poesia é irmã da metafísica. Tudo é muito nebuloso, daí o nome de nefelibatas atribuído aos simbolistas. Os meios de expressão expõem o idealismo transcendente que pretendem externar. A linguagem e a técnica são destinadas a sugeri, encantar, musicar, expressar algo vago, incerto e misterioso. O símbolo é a figuração expressiva da idéia, uma série de operações intelectuais, que vão da palavra à imagem, ao emblema e à alegoria, utilizando-se também de muitas metáforas. São apontados Verlaine como o pai do Simbolismo e Baudelaire como um dos precursores do movimento, além de citar outros simbolistas muito importantes.
Descritores: Zola; Flaubert; Olavo Bilac; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Goethe; Victor Hugo; Romantismo; Betencourt Rodrigues; Paul Verlaine; Anatole France; Baudelaire; Francis Viele-Griffin; Simbolismo; Tancrède de Visau; Eugênio de Castro
Notas: L' Attitude du Lyrisme contemporain de Tancrède de Visau; História da Literatura Francesa de G. Lanson; "Ouvir estrelas..." (soneto de Bilac); Oaristos de Eugênio de Castro; trechos de poemas de Baudelaire, Paul Verlaine e Francis Viele-Griffin.
Título: Palavras de agradecimento
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, Nº 12.567, 16 mai.1913, p.3
Autoria: Dr. Betencourt Rodrigues
Conteúdo: Em agradecimento a Luiz Carneiro pela subscrição que iniciou em O Estado de S. Paulo, em favor de Gomes Leal. O poeta se emocionara muito ao saber da notícia e se mostrara muito agradecido, inclusive a João Grave e ao Dr. Betencourt Rodrigues. O artigo transcreve trechos de uma carta do poeta que expressava a gratidão aos brasileiros e o momento pelo qual passava, bem como situações de sua mocidade, amigos e a subscrição portuguesa em favor do mesmo.
Descritores: Luiz Vaz de Camões; Lopes Vieira; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; João Grave; Gomes Leal; Betencourt Rodrigues; Luís Carneiro; Allah; Vicente Arnoso; Vasques Melo; D. José Maturana
Notas: Estado de S. Paulo; Gomes Leal; Renascença Portuguesa; Nación (jornal argentino).
Título: Um livro do Dr. Sílvio de Almeida
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.669, 18 mai.1913, p.1
Autoria: João Grave
Conteúdo: Ao discorrer sobre Bernardim Ribeiro, primeiramente refere-se às lendas criadas ao redor de sua personalidade, erros nos quais reincidiam historiadores e cronistas que não documentavam suas investigações, a ponto de confundi-lo com um capitão-mor das Índias ou até mesmo criar um amor irrealizável pela infanta d. Beatriz. Mas, em seguida, se atentará para a grande injustiça cometida com o lírico português. Trata-se do desdobramento de sua personalidade literária, um episódio de importância primacial na história da literatura portuguesa. Uma parte da obra de Bernardim vinha sendo atribuída a Christóvam Falcão, o qual era apontado como um imitador de Bernardim. Na verdade, tratava-se apenas de um pseudônimo empregado por Bernardim para esconder sua individualidade. Seria Sílvio de Almeida quem trataria desse problema em seu livro A máscara do poeta, com o qual trouxe à luz a verdade irredutível. O livro foi constituído por uma série de artigos publicados primeiramente em O Estado de S.Paulo; ia defender a mesma tese de Delfim Guimarães, sustentando que Christóvam Falcão e Bernardim Ribeiro são o mesmo poeta. Conta com analogias, observações, paralelos, demonstrativos e pontos de vista que faltaram a Delfim. Há também a contribuição de escritores brasileiros para o estudo da questão Crisfal. Cita-se ainda a significação exata da palavra Crisfal, encontrada por Sílvio de Almeida, que viria do grego "chrysos"- ouro falso. Destacam-se ainda os momentos em que se estuda a personalidade literária e moral do poeta, além de algumas composições estudadas com minúcias. Um livro de um escritor, que é concomitantemente crítico e artista, revelando concisão, clareza, persuasão, emoção e bom gosto.
Descritores: Christóvam Falcão; Bernardim Ribeiro; Teófilo Braga; Literatura Portuguesa; Sílvio de Almeida; Pré-modernismo; Delfim Guimarães; Sílvio Romero; Sá de Miranda; D. Manuel; D. João III; Alexandre Herculano; Almeida Garrett; João Grave; Barbosa Machado; D. Beatriz; Faria e Souza; Duque de Saboya; Rodrigues Gusmão.
Notas: Biblioteca Lusitana, de Barbosa Machado; Auto de Gil Vicente, de Almeida Garrett; Panorama; Menina e Moça; Trovas de Crisfal; Cantigas Esparsas de Bernardim Ribeiro; A máscara do poeta, de Sílvio de Almeida Bernardim Ribeiro e os bucolistas, de Teófilo Braga.
Título: O cinematógrafo
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.578, 27 mai.1913, p.3
Autoria: Garcia Redondo
Conteúdo: Garcia Redondo realizou uma palestra devido ao primeiro aniversário da Associação de Assistência Dentária Escolar, na qual discorreu sobre o cinema interessando-nos a alusão feita a João de Deus em que são citados alguns versos do lírico português, a propósito do beijo.
Descritores: Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; João de Deus; Garcia Redondo; D. Juan; Raul le Boucher; Rei Eduardo VII; Asta Nielsen; Ermete Zacconi.
Notas: versos de Boileau e João de Deus.
Título: Coimbra e os estudantes
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.206, 24 jun.1913, p.3
Autoria: João Grave
Conteúdo: A propósito de um sangrento conflito entre os estudantes e a classe operária de Coimbra. A inimizade entre as classes já era muito antiga e os conflitos ocorriam sempre. A partir daí, João Grave passa a discorrer sobre a mocidade lusitana, comparando-a à mais antiga, do tempo de Eça de Queiroz, à mocidade da época. Atribui os alvoroços da época à preferência das mulheres pelos acadêmicos e também pela influência do Romantismo que sempre caracterizou a alma da raça. A mocidade contemporânea era muito mais utilitária, fria e positiva, preocupada com os movimentos dos povos na sua evolução para a liberdade, com os interesses materiais da vida exterior. A de outros tempos era apaixonada, lírica, inconsiderada fogosa e aventureira, sensível e pálida. Destaca-se, dessa forma, o caráter revolucionário dos alunos das universidades de Coimbra, que sempre reagiram contra imposições, preconceitos e autoritarismos, inclusive dos reitores.
Descritores: Camilo Castelo Branco; Literatura Portuguesa; Pré-modernismo; Goethe; João Grave; D. João I; D. Fernando; Coimbra; D. Isabel de Aragão; Ferdinand Denis; D. Diniz; papa Nicolau IV; Maria Teles; D. Afonso Henriques; Michelet; tias Camelas; D. Miguel; Francisco Cesário Rodrigues Moacho.
Notas: Penedo da Saudade.
Título: Divagações
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.675, 01 set.1913, p.3
Autoria: Sílvio de Almeida
Conteúdo: Refere-se à autoria duvidosa do livro Arte de Furtar atribuído a João Pinto Ribeiro ou a Duarte Ribeiro de Macedo. Tais hipóteses são eliminadas devido à semelhança com Vieira e a autoria é atribuída a Tomé Pinheiro da Veiga depois de discorridos e contrastados aspectos que eliminaram vários outros autores desse páreo. Tomé Pinheiro da Veiga viveu e morreu como Vieira. Utilizava-se da mesma linguagem e conhecia a Espanha perfeitamente. A autoria é confirmada quando se compara Fastiginia, a obra autêntica de Tomé aos manuscritos da Arte de Furtar revelando-se a letra e estilo semelhantes. A seguir, a matéria continua apresentando provas que certificam a autoria do hábil imitador de Vieira realçando os empregos utilizados por Tomé que o aproximava de Vieira.
Descritores: Cícero; Camilo Castelo Branco; Literatura Portuguesa; Sílvio de Almeida; Pré-modernismo; Pinheiro Chagas; Tomé Pinheiro da Veiga; João Pinto Ribeiro; Duarte Ribeiro de Macedo; Antônio Vieira; padre Francisco Xavier dos Serafins Pitarra; Francisco José Freire; Pedro José da Fonseca; Carlos Malheiro Dias; D. Francisco; Manuel de Melo; Cunha Rivara; João Batista de Castro.
Notas: Arte de Furtar, Fastiginia de Tomé Pinheiro da Veiga; Cândido Lusitano; Dicionário Popular; Pinheiro Chagas.
Título: Antônio José da Silva
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.679, 05 set. 1913, p.3
Autoria: João Grave
Conteúdo: O comediógrafo Antônio José da Silva, o Judeu, que foi queimado vivo num auto de fé, iria ser homenageado com a construção de uma estátua em Lisboa. Filho de brasileiros nasceu no Brasil e foi para Portugal ainda criança, quando D. João V decretou que os hebreus do Rio de Janeiro fossem recolhidos a Lisboa. Foi condenado por tentar interpretar os fenômenos naturais. Poeta cômico, escreveu peças para o teatro, nas quais aludia aos problemas da alma e à filosofia das religiões. Satirizava o lado grotesco dos costumes de sua época. Influenciou o teatro português, levando a humanidade que faltava às figuras, mas careceu de maior liberdade num período de fanatismo religioso. Suas comédias são mais lembradas pela trágica morte do que pelo seu valor essencial; a composição em prosa é apresentada como grosseira, faltando-lhe fluidez, transparência, relevo, poder expressivo e consistência. Cometeu graves falhas plásticas e psicológicas. No entanto, sua lírica é pura e bela, além de revelar sua individualidade poética sensível.
Descritores: Sátira; comediógrafo; Sílvio Romero; D. Manuel; D. João III; Alexandre Herculano; Almeida Garrett; D. Leonor Mendes; D. João V; Margarida; Antônio José da Silva; homenagem; Inquisição; Giordano Bruno; D. Quixote; Sancho Pança; Aristófanes; Cavalheiro de Oliveira; Mendes dos Remédios; Spinosa; Madre Paula; Rei Carlos de Espanha; São João Batista; M. Lourença Cantinho.
Notas: Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança; As guerras do Alecrim e da Mangerona, de Antônio José da Silva; Cartas de Mendes dos Remédios; Ética de Spinosa Adozinda, de Almeida Garrett; Flor da Moita, de D. Luiza Clara de Portugal; História da Literatura Brasileira, de Sílvio Romero.
Título: El rei Dom Carlos
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.689, 15 set. 1913, p. 3
Autoria: Oliveira Lima
Conteúdo: sobre a conferência realizada pelo escritor português Malheiro Dias a respeito de El rei Dom Carlos, Malheiro desfez as lendas e restituiu os predicados do monarca, tais como inteligência, bravura, sagacidade e patriotismo. Referiu-se às amizades do rei e ao seu papel de realce e benefícios para a pátria. Contou qualidades, mas escondeu os defeitos como, por exemplo, as relações extraconjugais que tanto pesaram no juízo popular. Ressalta-se o fato da memória do monarca viver mais acatada no Brasil do que me Portugal.
Descritores: Conferência; El Rei Dom Carlos; Malheiro Dias; Dom Carlos; Eduardo VII; Afonso XIII; Barão do Rio Branco; Harrisson; Cleveland.
Título: A situação em Portugal (O aspecto religioso)
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.698, 24 set. 1913, p. 3
Autoria: Oliveira Lima
Conteúdo: Sobre a República em Portugal e a situação ocasionada pelo novo regime. Destaca-se a questão clerical e a separação entre a igreja e o Estado. A matéria é desencadeada a partir do perfil traçado por Malheiro Dias a respeito d' El rei Dom Carlos.
Descritores: Igreja; Eça de Queiroz; Ruy Barbosa; Malheiro Dias; República; Estado; Rei Dom Carlos; João Chagas; Antônio de Jesus Maria da Costa.
Notas: La Voce, semanário florentino.
Título: Divagações
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.745, 10 nov. 1913, p. 3
Autoria: Sílvio de Almeida
Conteúdo: Discorre sobre a cobiça do imperialismo norte-americano relacionando-o à situação pela qual passava o México com sua independência, que iniciou o deslocamento dos impérios coloniais. No que se refere à literatura, cita Eça de Queiroz e sua sabedoria no português original, para justificar a inaceitação da moral inglesa em Portugal, em favor do uso dessa no curativo dos passados e futuros problemas do México.
Descritores: Shakespeare; Conan Doyle; Eça de Queiroz; imperialismo norte-americano; México; Otoniel Mota; Roosevelt; Washington; Benjamin Franklin; Turgot; Lincoln; Water Scott; Longfellow;H. Beecher-Stowe; Edgard A. Poe; Mark Twain; Montezuma; João Touro; Samuel Smiles; Marquês de Maricá; Acácios; Sampaio Vidal; Porfírio Dias.
Notas: Otoniel Mota; Walter Scott ; F. Cooper; Evangeline Longfellow; A Cabana do Pai Tomás de H. Beecher Stowe; O Corvo e Histórias Extraordinárias de Edgard A .Poe.
Título: A propósito das "Canções Portuguesas" de Ernesto Maia.
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.747, 12 nov. 1913, p. 4
Autoria: João Grave
Conteúdo: Refere-se à relação estabelecida entre a música e a poesia nas canções portuguesas que consistem em cantar os poemas líricos dos poetas nacionais. Passa a discorrer sobre a música como uma expressão superior de arte que fala ao espírito e que apenas sugere, comunicando-nos impressões. Será a esse propósito que se aludirá a Claude Debussy e a seu modo de composição. A seguir, remete-se às origens da canção popular e à sua íntima relação com os povos desprovidos de cultura, sendo o único aspecto conhecido por eles da poesia e da música. É a intérprete dos sentimentos dos camponeses e conservou-se viva e estável enquanto a música e a poesia desenvolveram-se. As canções populares mais em voga na época versavam sobre amor, dança ou sentimento coletivo e estavam arraigadas à alma do povo lusitano. Na terceira parte da matéria compara-se a alma popular portuguesa à alma popular alemã, a qual estaria mais próxima da classe intelectual. É provável que os compositores portugueses impressionados pelo exemplo alemão de Schumann e de Schubert quisessem criar uma canção portuguesa. Aponta-se como pioneiro o músico Ernesto Maia, que introduziu esta forma artística em Portugal. As canções elaboradas por ele para um coro de senhoras, tendo por base versos de grandes poetas portugueses foram publicadas e obtinham êxito nos meios estéticos lusitanos devido à maneira popular, à originalidade melódica e à inspiração. Representavam a raça e as singularidades emotivas dos portugueses pelo som. João Grave cita algumas páginas e trechos que mais o agradaram, caracterizando-os e atentando para a influência que exerceria na arte portuguesa e à ação pedagogizante sobre o povo.
Descritores: Música; Poesia; Wolfgang Amadeus Mozart; João de Deus; Almeida Garrett; Goethe; Orfeu; Júlio Brandão; Antônio Correia de Oliveira; Canção Popular Portuguesa; Ernesto Maia; Claude Debussy; Schiller; Burger; Henrich Heine; Schumann; Schubert; Beethoven; Bach; Wagner; Mendelsonhn; César Tranck; Saint-Saens; Berlioz; José Saraiva.
Notas: Canções Portuguesas de Ernesto Maia; Fonte dos Amores; Estrela Desgarrados; Dança das rosas; Dizeres do povo; Rosa sem espinhos" Pássaros (páginas de Canções Portuguesas).
Título: O poeta e o mundano
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.793, 29 dez. 1913, p. 5
Autoria: João Grave
Conteúdo: Após a contextualização histórica referente à transição do absolutismo para o constitucionalismo e a revolução em Portugal, João Grave passa das tragédias clássicas, que eram o costume da época, para o advento de claras tendências republicanas. Garrett cursava Direito, bacharelando-se em 1820, ano em que Manuel Fernandez urdia a conspiração que triunfaria em 24 de agosto e se tornaria o patriota que impressionou Garrett. Este o simbolizaria em sua obra Catão, uma tragédia audaz sob o ponto de vista literário, pois insurgia-se abertamente contra as formas clássicas, obra que seria uma das bases do Romantismo em Portugal. São citados os dois exílios pelos quais o poeta passou. Na primeira vez, foi obrigado a emigrar depois da contra-revolução de Vila Franca de Xira, indo empregar-se num escritório comercial de Havre (Paris). Nesta ocasião, sua visão artística ampliou-se e compôs o poema Camões, além de outros. No segundo exílio, foi para a Inglaterra e pôde estudar a literatura inglesa iniciando a reação aos clássicos. Ali também compôs algumas obras. O que João Grave pretendia era discorrer sobre o Garrett amoroso e mundano, que aos quarenta e oito anos se apaixonou por uma senhora lisboeta em pleno esplendor da mocidade e quem o inspirou nas Folhas Caídas. Garrett dirigia cartas a essa jovem, que mais tarde foram estudadas por Gomes de Amorim, no intuito de se descobrir o complexo caráter de Garrett. Júlio Brandão também se ocupou do assunto em seu livro Garrett e as cartas de amor. Foi encontrado um total de vinte e cinco cartas, as quais seriam de grande importância para a história da literatura portuguesa durante o Romantismo, haja vista que, por não serem destinadas ao público, estavam desprovidas de pudor, revelando a psicologia do poeta exibindo sem máscaras sua personalidade moral.
Descritores: Teófilo Braga; Almeida Garrett; Júlio Brandão; D. Miguel; Prometeu; Gomes Freire de Andrade; Beresford; D. João VI; D. Francisco de Lemos; Manuel Fernandez Thomaz; José Agostinho de Macedo; D. Maria da Glória; Edgar Quinet; Gomes de Amorim; José do Canto
Notas: Retrato de Vênus; Catão; Camões; Cancioneiro (de romances, xácaras, solaus e outros vestígios da antiga poesia nacional ); D. Branca, Adozinda, Lírica de João Mínimo, Portugal na Balança da Europa; Tratado de Educação; Magriço; Auto de Gil Vicente; Sobrinha do Marquês; Frei Luiz de Sousa; Alfageme de Santarém, Folhas Caídas ; Portugal e a Santa Aliança, de Edgard Quinet; Memórias de Gomes de Amorim; Garrett e as cartas de amor; Júlio Brandão.
Título: Um autógrafo do grande escritor português.
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.794, 30 dez. 1913, p. 3
Conteúdo: Trata-se de um fac-símile de um autógrafo de Camilo Castelo Branco destinado ao escritor Coelho Neto.
Descritores: Camilo Castelo Branco; Autógrafo
Título: A ressurreição de Gil Vicente
Dados da publicação: O Estado de S. Paulo, São Paulo, nº 12.795, 31 dez. 1913, p. 6
Autoria: João Grave
Conteúdo: Gil Vicente estava sendo reconhecido na Europa e teria uma obra representada em Paris. Cita-se a tradução francesa do Auto da Alma publicado na revista belga Durendal , o qual é aproximado do Fausto, de Goethe, pelo crítico Visconde de Onguella. Refere-se ainda a Erasmo, como um dos superiores que mais amaram Gil Vicente, apontando a possibilidade de que Goethe tivesse conhecido Gil por meio de Erasmo. Aponta as virtudes dominantes do poeta Gil Vicente e algumas de suas obras.
Descritores: Gil Vicente; Camilo Castelo Branco; D. Manuel; D. Maria; D. João III; Damião de Góes; Goethe; Carlos V; Fausto; Europa; Erasmo; Dom Emanuel; Visconde de Onguella; D. Pedro de Mascarenhas; Martinho Lutero; Jorge Ferreira de Vasconcelos; Luiz de Almeida Braga