ARTIGOS
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Diagramação:
Mayara Crispim, Mayara Pavanato
Esta é uma publicação da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Núcleo Integrado de Comunicação.
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Expediente
2
Nosso Câmpus
junho/2012
Gorduras Trans
Ser professor não é para qualquer um
A gordura
trans
é um tipo
de gordura vegetal que passa
por um processo de hidroge-
nação natural ou industrial.
Algumas carnes e leites já
têm essa gordura, mas em
pequena quantidade, o pre-
ocupante são as gorduras
utilizadas pela indústria. A
gordura vegetal hidrogena-
da é a mais encontrada em
alimentos industrializados.
Ela começou a ser usada em
larga escala a partir de 1950,
em substituição à gordura de
origem animal, conhecida
como gordura saturada. Por
ser de origem vegetal, a gor-
dura
trans
ofereceria menos
riscos à saúde. Porém, estudos
posteriores mostraram que
ela é ainda pior que a gordura
animal, que tambémaumenta
o nível de colesterol total, mas
pelomenos nãodiminui os ní-
veis de HDL (colesterol bom)
no organismo. Geralmente,
as gorduras vegetais, como o
azeite e os óleos, são benéficas
para a saúde. Todavia, quando
passam por um processo de
hidrogenação ou são esquen-
De todas as profissões que
existem, creio que a de professor
é amais desafiadora. Namaioria
das profissões que tem contato
com pessoas, o profissional di-
ficilmente atende ou se ocupa
com mais de trinta indivíduos,
ao mesmo tempo, no mesmo
lugar e com várias turmas. Por-
tanto, quando entra nas salas de
aula, o professor tem que lidar
com dimensões, perspectivas,
expectativas e dinâmicas de vida
as mais diversas. Ter competên-
cia técnico-científica seria, nesse
caso, apenas um aspecto das
tarefas que precisa ou poderia
desempenhar.
Nesse sentido, o professor
deveria ter uma compreensão
mais ampla do ser humano
como qual trabalha; bem como
de si mesmo. Porém, o que ve-
mos é uma banalização e uma
desvalorização quase completa
tadas, as moléculas são que-
bradas e a cadeiade gordura se
modifica. É essa nova gordura
quepode aumentar as chances
do aparecimentode umatero-
ma, isto é, a placa de gordura
no interior de veias e artérias,
que pode causar infarto ou
derrame cerebral. O processo
de hidrogenação, pelo qual a
gordura vegetal passa, serve
para deixá-la mais sólida, fa-
zendo com que os alimentos
fiquem saborosos, crocantes
e tenhammaior durabilidade.
Em razão de todos esses
problemas, a Agência Nacio-
nal de Vigilância Sanitária
(Anvisa) obriga todos os fa-
bricantes a indicar no rótulo
a quantidade de gordura
trans
presente nos alimentos. OMi-
nistério da Saúde determinou
que é aceitável consumir até
2g desse tipo de gordura por
dia. Mesmo com todas essas
informações, um dos grandes
problemas para os consumi-
dores é distinguir com clareza
quanta gordura
trans
existe
em cada alimento. A Anvisa
determinouque, quandouma
porção do alimento possuir
até 0,2% da gordura, o rótulo
pode dizer que o produto não
contém gordura
trans
, o que
não é verdade, já que, se uma
pessoa ingerir 20biscoitos terá
consumido os 2g da gordura
trans
permitidos. Por isso, o
melhor jeito do consumidor
ter certeza do que está com-
prando é checar os ingredien-
tes para saber se não existe
gordura vegetal hidrogenada
na composição do produto.
Vale lembrar que os alimen-
tos que mais contêm gordura
trans
são bolachas, pipocas
de micro-ondas, chocolates,
sorvetes e salgadinhos.
Para sanar esses inconve-
nientes, a biotecnologia vem
buscando substituintes para
esse tipo de gordura que não
seja prejudicial à saúde e que
mantenha o sabor, a textura e
a crocância dos alimentos.
*Professor Alonso
Bezerra de Carvalho é
formado em Filosofia e
Ciências Sociais. Doutor
em Educação é docente
da Unesp.
E-mail:
alonsoprofessor@
yahoo.com.br
da profissão docente. O Brasil
corre o risco de numfuturo bem
próximo, ter uma grave crise na
educação por falta de professo-
res. Os cursos que formam do-
centes estão se esvaziando e os
alunos que ainda acreditam es-
tão perdendo as esperanças. Se
isso não bastasse, os conteúdos
que sãoministrados aos futuros
professores parecem que não
dão conta das exigências que
o cotidiano escolar apresenta.
Entre elas está a questão do re-
conhecimento de um conjunto
de individualidades que circu-
lam na sala de aula, isto é, cada
aluno tema sua singularidade, a
sua própria identidade.
Nos cursos de formação é
dada uma ênfase apenas aos
conhecimentos específicos que
devem ser ministrados nas
aulas: História, Geografia, Quí-
mica, Matemática, Biologia,
Língua Portuguesa, etc. O novo
professor sai carregado de in-
formações e, muitas vezes com
bastante entusiasmo, procura
trabalhá-las com os seus alu-
nos, que foram concebidos de
maneira abstrata e idealizados.
Quando, porém, percebe que há
uma distância entre o ideal e o
real, o resultado é, geralmente, a
frustração, o desencantamento
e, para aqueles que podem, o
abandono da profissão.
Assim, uma reflexão que tal-
vez caiba fazermos é a respeito
do que mudar no processo for-
mativo e na prática pedagógica.
Em minha opinião, o professor
deve ter conhecimentos sobre
ética, pois é umcampo filosófico
que nos proporciona compreen-
der os valores que adotamos, o
sentido dos atos que praticamos
e a maneira pela qual tomamos
decisões e assumimos responsa-
bilidades em nossa vida. Quan-
do, numa sala de aula, estamos
diante de situações de conflito
ou quando defrontamos com
dilemas, que exigem decisões e
escolhas, ter uma formação ética
pode favorecer posturas novas,
tolerantes e equilibradas em
nossas práticas educativas. Mas
isso é possível? Não é das tarefas
mais fáceis, especialmente pelas
razões já apontadas.
Todavia, esse alargamento
na formação do professor, que
pode incluir conteúdos estéti-
cos, psicológicos, políticos, an-
tropológicos, sociológicos, etc.,
nos leva a considerar com mais
cuidado o significado do outro
que, diferente de mim, deve ser
respeitado e tratado na minha
dignidade e na dele. No caso
da escola, o aluno deve saber
e reconhecer isso; o professor
deve saber e reconhecer tam-
bém. Como se vê, saídas podem
ser arriscadas, basta sabermos
se queremos correr riscos ou
ficar conformados com o estado
lastimável e degradante que ex-
perimentamos na atualidade. São
esses os desafios de todos nós!
*Danillo Ricardo
Maciel
é membro do
Departamento de
Pesquisa e Desenvolvi-
mento da Biotec Jr.
(Empresa Júnior de
Engenharia Biotecnoló-
gica – UNESP/Assis)
www.biotecjr.com