Page 81 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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que se projetavam essas inovações, a CESESP passou a divulgar a
notícia da possibilidade de criação de uma Universidade, gerando
um clima de expectativa. De um lado, seria uma boa perspectiva à
medida que uma Universidade viria contemplar aspectos positivos
esperados. Por outro lado, havia ainda a lembrança das determi-
nações da proposta do CEE em julho de 1968, que poderiam criar
situações complexas. De fato, a CESESP preparava a proposta de
criação da UNESP, contendo determinações que viriam desagradar
intensamente os integrantes dos Institutos Isolados. Estudava-se a
proposta de implantação de Estudos Sociais com o estabelecimento
de licenciaturas curtas.
Talvez tenha sido esse o período mais difícil da história do
Departamento. Criada a UNESP, o estatuto a ser implantado tra-
zia restrições para mais de um curso numa mesma área. Uma das
cláusulas do estatuto era a não duplicação de cursos de uma mesma
especialidade. No caso da História, havia na UNESP três cursos, o
de Assis, de Marília e o de Franca. Juntamente com o argumento
da não duplicação havia também a imposição de uma certa “massa
crítica”, isto é, a necessidade de se contar com um número expres-
sivo de pessoal titulado. O processo citado anteriormente da reali-
zação de um grande número de defesas de tese havia propiciado a
formação de um núcleo local de professores titulados. Em razão da
proximidade dos cursos de Assis e de Marília, foi colocado o argu-
mento da não duplicação de cursos e a proposta de fusão dos cur-
sos, que poderia proporcionar a formação de um grande número de
professores titulados. No entanto, fusão, na realidade, significaria
a extinção de um curso, ou em Assis ou em Marília. A imposição
era visivelmente dirigida contra um curso de Humanidades, uma
vez que tal determinação não atingia as faculdades de Odontolo-
gia, três no interior do Estado, ou as de Agronomia. Essas medidas
fizeram surgir uma indisposição entre os cursos de História. Esse
estranhamento logo se transformou em competição, em luta aberta.
Fomos obrigados a fazer relatórios demonstrativos de nossa capa-