Page 59 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
59
na Faculdade de Filosofia de Assis, SP. À medida que
as utilizava nas aulas (...) elas iam sendo acrescidas e
modificadas; o seu estado atual é, portanto, uma eta-
pa, fixada pela publicação, depois de revisões mais ou
menos extensas.
*
É nessa obra que está o preceito fundamental, seguido por
todos os que se lançam à aventura do estudo do texto literário e de-
sejam obter algum êxito, bastante conhecido também por aqueles
que tenham escolhido no câmpus de Assis a vertente da disciplina
de Literatura Brasileira que tem a obra de Antonio Candido como
orientação metodológica, e por eles posto em prática quando solici-
tados pelas atividades na sala de aula. Esse preceito estatui: Ler in-
fatigavelmente o texto analisado é a regra de ouro do analista, como
sempre preconizou a velha
explication du texte
dos franceses.
Além disso, muito mais há ainda como desdobramento
dessa preocupação inicial, entre 1959-1960, com o ensino da leitu-
ra, de que é exemplo um notável roteiro de orientação sobre “uma
análise objetiva e metódica” do poema, que foi deixado inscrito na
parte introdutória da composição chamada “Exercício de Leitura”,
publicação de 1975, no n.º 1 da revista
Texto
de Araraquara, onde
ensina como decompor e recompor as peças do poema “Rondó dos
cavalinhos” de Manuel Bandeira:
E já que estamos resignados ao óbvio, comecemos lembran-
do alguns lugares comuns para o analista:
1.
O objetivo da análise não é o poeta nem o leitor, mas
o poema.
2.
Isto significa que, pelo menos a princípio, o poema
deve ser tratado como um “objeto” independente,
*
Idem.
Na sala de aula:
caderno de análise literária. São Paulo: Ática, 1985, p.
6.