Page 215 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Depoimento 2
Dra. Clélia Cândida Abreu Spinardi Jubran
No processo de de-
mocratização da UNESP, um
dos episódios mais marcan-
tes foi o da alteração dos Es-
tatutos relativa à escolha do
Diretor. Até a década de 80,
os Diretores das Unidades da
UNESP eram indicados pelo
Reitor, a partir de uma lista
sêxtupla de Professores Titu-
lares, elaborada pela Congre-
gação. A alteração decorreu
de um movimento desenca-
deado, em 1983, pela Direto-
ria da Adunesp-Regional de
Assis, então constituída pelos professores Maria Amália Tozzoni
Reis, Odair Sass, Mário Sérgio Vasconcelos e por mim. A despeito
do que diziam os Estatutos da UNESP, fizemos, pela primeira vez
em uma universidade estadual, eleição direta para Diretor, com a
participação paritária de professores, funcionários e alunos. Trata-
va-se de um processo eleitoral paralelo ao estatutário, mas muito
mais legítimo, por permitir a manifestação de toda a comunidade
universitária numa decisão que a afeta diretamente.
Omovimento teve logo a adesão das entidades representati-
vas dos funcionários e dos alunos, e, em assembléias conjuntas das
três categorias, íamos decidindo as normas da eleição e as estraté-
gias para garantia da indicação do concorrente mais votado. Com
os votos de 68% dos alunos, 86% dos professores e 97% dos funcio-
nários, foi eleito o Professor Antônio Quelce Salgado, cujo nome
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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
Foto 26 - Drª Clélia Cândida Abreu
Spinardi Jubran