Page 211 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Depoimento 1
Prof. Dr. Antonio Quelce Salgado
No caminho da democratização da
universidade brasileira vimos surgir, em
Assis, um grito que cresceu e se fez ou-
vir nos mais variados lugares e em todo
o Brasil. O movimento de democratiza-
ção da UNESP começou em Assis, em
1983,
por meio da eleição para diretor da
Faculdade. Os professores, alunos e fun-
cionários viram, nessa eleição, o início do
caminho para a democratização da uni-
versidade. Definiram que os diretores das
faculdades, o reitor e outros deveriam ser
escolhidos democraticamente pela comu-
nidade acadêmica.
O processo de eleição para diretor de As-
sis foi desencadeado e 12 professores se candidataram. A eleição foi
realizada e o mais votado teve 27% dos votos válidos e o menos vo-
tado, 7%. O reitor da Universidade, Armando Octavio Ramos, a
quem competia escolher o diretor, escolheu o menos votado.
A comunidade universitária de Assis não se conformou e
iniciou um movimento para pedir que o reitor voltasse atrás e esco-
lhesse o mais votado. O reitor foi irredutível.
O movimento cresceu e ultrapassou os limites de Assis,
atingindo todos os campi da UNESP e foi além, alcançando tam-
bém outras universidades, órgãos do governo estadual, o próprio
governador Franco Montoro, a Assembléia Legislativa, deputados
federais, vereadores de diversos municípios, a Sociedade Brasilei-
ra para o Progresso da Ciência (SPBC), a Associação Nacional dos
Docentes de Nível Superior (ANDES), a Associação Docente da
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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
Foto 24 - Prof. Dr. Antonio
Quelce Salgado