sans, pedindo o arquivamento.
O professor Antonio Augusto Soares Amora, diretor da
FAFIA, teve uma conduta irrepreensível na defesa de professores e
alunos.
O terrorismo ditatorial prosseguia Brasil afora, com dela-
ções, prisões, torturas, demissões e morte. Paris, maio de 1968. O
espírito libertário e contestador francês espraia-se por países da Eu-
ropa e das Américas. Manifestações de estudantes no Brasil contra
a ditadura. O deputado federal José Santilli Sobrinho é espancado
ao defender os estudantes na Universidade de Brasília. Em 13 de
setembro de 68, Tufy Jubran, presidente da Câmara Municipal
de Assis, cede aquele espaço, onde se realiza uma assembléia de
professores, alunos, alguns vereadores, populares, numa manifes-
tação de desagravo e solidariedade ao deputado. Li, e as rádios lo-
cais transmitiram, uma carta incisiva contra a ditadura, dirigida a
Santilli, cuja cópia ainda guardo. Novo inquérito- policial-militar
contra nós. Em Assis, os estudantes paralisam as aulas e passam a
discutir os acordos MEC-USAID, mantendo-se em sintonia com
as manifestações do país.
Com o AI5, em 1969, aumenta a ferocidade e a truculência,
sob o governo Médici. Nova disciplina,ideologicamente fascista, é
introduzida no 1º e 2º graus: Estudos Sociais; nas universidades, Es-
tudos dos Problemas Brasileiros. Institui-se também a licenciatura
curta. Assis, pioneiramente, publica, no
Estadão
,
em abril de 74,
uma manifestação contra tal licenciatura.
Quero destacar, finalmente, que a FAFIA de Assis, em 77,
corajosamente, acolheu para uma conferência o notável professor
da USP, Florestan Fernandes, demitido e humilhado pela ditadura.
Era a primeira oportunidade que estava tendo de poder dirigir-se
a uma comunidade universitária, desde sua demissão, segundo ele
próprio. Comovido e humilde, ele agradeceu à Faculdade de Assis.
Assis, junho de 2008.
208
Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
